terça-feira, 13 de março de 2012

Imóvel histórico passa por obras


Sílvia Chimello


Especial para O Diário
A Prefeitura de Mogi das Cruzes autorizou a realização de obras emergenciais de demolição e reconstrução de uma parte do Casarão Histórico localizado à Rua Coronel Souza Franco, nº 917, na área central da Cidade. Os serviços começaram a ser executados no final de semana e devem ser feitos em duas etapas. Porém, o projeto de restauração ainda está em fase de elaboração pela Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo. Futuramente o imóvel abrigará o setor de Planejamento da Secretaria de Educação do Município.


De acordo com informações da Prefeitura, as obras que estão sendo realizadas são de cunho "emergencial" para impedir mais danos ao imóvel, que corria o risco de desabar a qualquer momento. Por enquanto, serão refeitos o telhado e a parede lateral esquerda, as partes que estavam mais comprometidas.


A primeira etapa dos trabalhos consiste na demolição das partes comprometidas para depois, na segunda fase, ter início as obras de recuperação. Na tarde de ontem, uma boa parte do serviço já havia sido realizada pela empresa especializada no ramo, contratada pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos. Os custos previstos são de aproximadamente R$ 150 mil.


Para adiantar as obras de demolição parcial, que devem ser concluídas em menos de 20 dias, os funcionários da empresa trabalharam durante todo o final de semana, retirando os entulhos, madeiras, algumas portas, entre outras partes mais críticas. Eles pretendem deixar tudo limpo e preparado para a reconstrução.


Segundo o encarregado de obras, Manoel dos Santos Silva, é preciso tomar muito cuidado para demolir apenas o necessário, sem comprometer o restante do imóvel. Trata-se de "um trabalho difícil e perigoso", principalmente em função do estado crítico que se encontra o imóvel. Ele conta que foi necessário amarrar as paredes com cabos de aço para mantê-las em pé.


"Cerca de 30% da alvenaria está danificada. Na parte interna, mais de 80% das instalações estão comprometidas", avalia Silva, apontando a situação crítica do telhado, que estava sendo retirado, e também do piso, portas e janelas. Os principais danos, segundo o encarregado, são as rachaduras nas paredes e a grande quantidade de focos de cupins no imóvel. Ele constatou ainda que "a construção é feita basicamente de barro, sem a utilização de cimento".


O Casarão, original da década de 20, foi desapropriado pela Prefeitura no ano passado, possibilitando a recuperação do imóvel. A Secretaria de Planejamento, responsável pelos estudos de restauração, está realizando uma ampla pesquisa para definir tudo o que tem de ser feito para manter as características arquitetônicas originais. Ainda não há prazo definido para o início do projeto.


Ele é o único exemplar remanescente do estilo neoclássico e ocupa 511 m2, com 195 m2 de área construída. Ele tem características típicas de construção do final do século XIX, com grandes recuos na parte frontal e lateral e colunas na fachada. As janelas são feitas de madeiras com caixilhos e bandeira em vidro, piso em ladrilho hidráulico e parquet desenhado. Os portões e grades são de ferro fundido e a cobertura em telhas de barro tipo francesa.


Fonte:O Diário de Mogi