domingo, 19 de fevereiro de 2012

Memória João Benegas Ortiz, o eterno "Rei Momo"


Reprodução

O carnaval era a grande paixão do carnavalesco Ortiz
A história do carnaval mogiano reserva outras preciosidades que não os bailes e os blocos de carnaval. Uma destas riquezas foi descoberta no dia 3 de fevereiro de 1989, numa sexta-feira de carnaval, quando João Benegas Ortiz já estava vestido a caráter. Em poucos minutos ele iria realizar o seu sonho, receber a chave da cidade das mãos do prefeito Waldemar Costa Filho. Ortiz não sabia, mas ocuparia o posto de Rei Momo durante 39 anos. Também lembrado como "João Guarda Chuva", ele fazia do carnaval quase que uma profissão. Só deixou de participar do carnaval de 1967, quando a sua mãe morreu. 
João desfilou pela primeira vez em 1950, mas sempre trabalhou na organização de blocos de carnaval. Foi visionário ao lembrar que, o carnaval mogiano estava crescendo e se tornando tradicional, mas ainda não tinha um Rei Momo. Ele resolveu, então, dar a ideia de um concurso, e se candidatou. Depois disso, ninguém cogitou fazer outro concurso. Dizem que o carnaval foi a maior paixão de sua vida. Dois meses antes da folia, a casa dele e da família virava uma verdadeira oficina, onde o carro da corte e as fantasias eram confeccionadas. 
Um dos filhos dele, Edson, chegou a representar o pai no carnaval, logo após a sua morte, mas decidiu sair de cena por alegar não ter o mesmo carisma de seu pai. Ortiz, o pai, começava o carnaval na sexta, desfilando no bloco "Ki Calor" e só terminava às 4 horas da Quarta-feira de Cinzas. 
Dois meses antes do carnaval, o "João Guarda Chuva" se transformava: comprava as suas 12 garrafas de uísque e as suas serpentinas. Todo ano, ele fazia uma nova coroa. Cuidadosamente, costurava a sua fantasia. 
Existiram muitos carnavais especiais, mas três o marcaram profundamente. O primeiro foi em 1977, quando a mãe dele morreu na terça-feira de carnaval. Em seu lugar, Ortiz colocou uma faixa preta. Anos depois, ele foi homenageado, ainda em vida, pela Acadêmicos São João. E o último, antes dele morrer, foi quando recebeu a chave da cidade das mãos de Waldemar Costa Filho. (J.S.)


Fonte:Mogi News