quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Estatísticas Uma pessoa morre em acidente de trânsito a cada dez dias em Mogi


Levantamento da Secretaria de Segurança revelou que o número de incidentes em 2011 foi 16% maior que em 2010
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Mayara de Paula

Com carros, caminhões ou motos, acidentes ocorrem e causam mortes pelos mais variados motivos, como embriaguez, falta de atenção e desrespeito à sinalização
O trânsito de Mogi das Cruzes matou pelo menos uma pessoa a cada dez dias no ano passado. Os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) revelam ainda que pelo menos duas pessoas ficaram feridas por dia por causa de acidentes na cidade em 2011. E o índice de mortes, 16% maior do que o registrado em 2010, se torna ainda mais preocupante quando se leva em conta que o levantamento registra apenas os óbitos que aconteceram no local do acidente e não inclui aquelas vítimas que chegaram a ser socorridas, mas acabaram morrendo. Para especialistas, o crescimento do poder aquisitivo da classe C e, como conse-quência, o aumento da frota de veículos circulando nas ruas refletem diretamente nestes índices. 
Em 2010, a Polícia Civil registrou 31 boletins de ocorrência de homicídio culposo por acidente de trânsito. Outras 805 ocorrências foram registradas como lesão corporal culposa pelo mesmo tipo de acidente. O número de mortes subiu para 36 em 2011, um crescimento de 16%. Já o de feridos, cresceu 10%, totalizando 893 pessoas feridas. 
"Podemos relacionar, sem dúvida, o aumento do número de acidentes ao crescimento da frota. Hoje, uma família de classe média tem pelo menos dois carros. Na classe C, as pessoas também conseguem ter acesso a este bem. A engenharia de trânsito está se aprimorando para conter a estatística, mas o crescimento no índice está aí", disse o especialista em trânsito Paulo Castilho. 
Outro fator é o crescimento do número de motoristas jovens. "Hoje, assim que a pessoa faz 18 anos, já tira a habilitação, aumentando o número de motoristas sem experiência e até sem muito comprometimento com as leis de trânsito nas ruas", comentou.


Para o especialista, para diminuir estes índices, a legislação deve ser mais rigorosa. "Se um motorista embriagado causou um acidente, a punição deve ser muito mais severa, a ponto de as pessoas pensarem duas vezes antes de cometer essa infração". 
Para o também especialista em trânsito e coronel aposentado da Polícia Militar Rodoviária do Estado de São Paulo, Nobuo Aoki Xiol, é preciso avaliar que, no índice de mortos e feridos no trânsito, estão relacionadas vítimas motorizadas e não motorizadas. "Isso quer dizer que, na estatística, estão relacionados os atropelamentos, por exemplo, e não só os acidentes envolvendo carros e motos. Quer dizer que a conduta do pedestre também tem influência nesse resultado". Para ele, a cultura de trânsito no Brasil não é voltada para o pedestre, apesar de a legislação dar sempre razão para quem não está motorizado. "Os pedestres precisam entender que toda travessia é de risco e que hoje as motocicletas trafegam nos corredores, coisa que não acontecia anos atrás". 
As motos também são um problema. Se o crescimento da frota de veículos é de 10% ao ano, o de motos chega a 20%. "E os motociclistas têm um comportamento mais ofensivo no trânsito, o que, fatalmente, gera acidente e, na maioria das vezes, a vítima não sobrevive".


Fonte:Mogi News