quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Baixa renda é desafio para Chalita



PERFIL Mapa do eleitorado de Chalita nas últimas eleições revela um padrão de votação oposto ao do PT


SÃO PAULO
O mapa do eleitorado de Gabriel Chalita nas últimas duas eleições revela um padrão de votação oposto ao do PT na capital paulista. Quando concorreu a vereador, em 2008, e a deputado federal, em 2010, o atual pré-candidato do PMDB à Prefeitura teve desempenho abaixo de sua média nos extremos das zonas leste, sul e noroeste - áreas de baixa renda onde petistas colheram seus melhores resultados.


Nas duas eleições, o eleitorado de Chalita se distribuiu de forma similar. Em 2008, das 57 zonas eleitorais então existentes, obteve votação acima de sua média em 25 . Em 2010, dessas 25, 21 voltaram a aparecer no ranking dos melhores resultados.


O mapa indica que essas são as regiões com eleitorado mais receptivo ao discurso de Chalita, autor de livros de fundo religioso, ex-secretário estadual de Educação e ex-apresentador de programas da Rede Canção Nova, emissora de televisão ligada à Igreja Católica.


Como candidato a prefeito, o peemedebista terá menos adversários diretos e maior exposição na propaganda eleitoral, o que pode alterar a distribuição geográfica de seus eleitores.


Mas já houve casos em que o padrão de votação foi similar em eleições para a Câmara dos Deputados e para a Prefeitura de São Paulo. Em 2008, Paulo Maluf (PP) concorreu a deputado federal e teve votação acima da média em 28 zonas eleitorais da capital. Dois anos depois, quando se candidatou a prefeito, voltou a ter desempenho acima da média em 23 daquelas 28 zonas.


Se o mapa eleitoral de Chalita se repetir em 2012, ele poderá tirar votos do PSDB, cujo eleitorado tem perfil geográfico mais parecido. Mas a área mais "chalitista" da cidade é também o principal alvo eleitoral do PT, que pretende quebrar a tradicional resistência da classe média paulistana a seus candidatos.


Ele próprio um ex-integrante do PSDB, Chalita teve, em 2010, maior penetração em áreas de classe média fronteiriças ao chamado centro expandido: Santana, (zona norte), Campo Limpo, Santo Amaro (ambas na zona sul), Mooca (sudeste) e Penha ( leste). Nessas zonas eleitorais, teve votação até 60% superior à sua média.


No outro extremo, as duas zonas onde o então candidato à Câmara dos Deputados conquistou menos eleitores foram Guaianases e Cidade Tiradentes, ambas na ponta mais pobre da zona leste, um tradicional reduto petista. Lá, ele teve menos da metade da votação média na capital.


Como possível caminho para chegar ao eleitorado de baixa renda, Chalita busca alianças com setores evangélicos. Sua primeira coligação anunciada foi com o Partido Social Cristão (PSC).


Fonte:O Diário de Mogi