Nem a ameaça de chuva desanimou os foliões que foram à Avenida Cívica prestigiar as agremiações mogianas
Ariane Noronha
Da Redação
Fotos: Erick Paiatto
A influência do negro no País foi exaltada pela escola Braz Cubas
Pelo menos 15 mil pessoas prestigiaram no domingo o desfile das escolas de samba do Grupo Especial em Mogi. A multidão, empolgada, não desanimou mesmo com a ameaça de chuva. Para o público, o desempenho das agremiações foi positivo. Apenas um carro alegórico apresentou problemas.
Outra boa noticia é que não houve ocorrências graves durante o evento. O registro mais sério foi o de uma tentativa de furto de um carro, mas os suspeitos foram detidos.
O prefeito Marco Bertaiolli (PSD) chegou por volta das 21 horas na avenida e fez questão de acompanhar os desfiles até o fim. "O carnaval de Mogi deste ano apresenta muita qualidade e profissionalismo. Tudo é elevado, tanto na estrutura da Avenida Cívica como na organização dos desfiles, da pontualidade. Quanto à segurança, a Polícia Militar colaborou com o cerco do sambódromo, como fizemos em outros anos, oferecendo uma sensação de segurança à população", destacou.
Braz Cubas
A escola Estação Primeira de Braz Cubas, que escolheu o enredo "Brasil, um jardim de rosas negras", deu abertura à festa e foi recebida com aplausos do público. A passagem da 4ª ala, com a bateria denominada "Palmares, o quilombo dos Zumbis", foi a mais animada e incentivou os foliões a cair no samba.
A agremiação deixou a avenida dentro do prazo, com 46 minutos e seis segundos de apresentação. Emocionada, a presidente da escola, Anete Maria da Rocha Vasconcelos, declarou que tudo saiu como planejado: "Fizemos um carnaval em 30 dias praticamente. Braz Cubas não é uma escola, é um estado de espírito. Não consigo descrever em palavras o amor que tenho pela minha agremiação."
Águia de Prata
A segunda escola a se apresentar foi a Águia de Prata, com o enredo "Nosso papel na história". Logo na comissão de frente, os 13 participantes se mostraram sincronizados e apostaram nas fantasias com as cores da escola: vermelho, preto e prata. O carro abre-alas, descrito como Águia na terra dos faraós, chamou atenção dos foliões, assim como o segundo carro alegórico com o tema Batalha de Tróia. Nessa apresentação, houve pequenas falhas técnicas no som, mas que logo foram resolvidas.
"Pelo comentário do povo, a escola fez uma apresentação espetacular, muito luxuosa. A Águia de Prata sempre está inovando e viemos brigar pelo título neste ano", cravou o intérprete e diretor da escola, Fábio Vieira, que também ficou contente por terem conseguido mostrar todo o trabalho na avenida em 47 minutos.
Acadêmicos da Fiel
A escola de samba Acadêmicos da Fiel, que entrou pontualmente às 22h50, foi recebida com boas energias. Assim que foi anunciada a entrada da agremiação, faixas foram penduradas na arquibancada, com manifestos da torcida. Sob o enredo "Favela - faço parte dela, eu só quero ser feliz", a carro abre-alas abrilhantou o desfile com o lançamento de papéis prata.
Algumas alas não apresentaram sincronia, mas o primeiro casal mestre-sala e porta-bandeira arrancaram aplausos ao esticar a bandeira do Corinthians. Para o presidente da escola, Eduardo Fragoso de Mello, o resultado do desfile foi positivo: "A expectativa é boa e espero que dê certo. Não tivemos nenhum problema técnico e desfilamos de acordo com o regulamento. O que a gente programou de fazer na avenida foi feito."
Mocidade da Vila Natal
A quarta escola a desfilar foi a Mocidade Independente da Vila Natal, que entrou quatro minutos depois do horário. A comissão de frente, levou fogo, literalmente, à passarela do samba. Tudo para atender ao enredo: "Mocidade é fogo que incendeia de prazer". A escola deixou a avenida após 48 minutos e cinco segundos de apresentação.
Ao que tudo indica, a escola perdeu um ponto por ter chegado depois das 16 horas do dia da apresentação para a preparação na avenida. No entanto, o presidente da escola Walter Netto se justificou: "Não tivemos o apoio do Departamento de Trânsito. Atrasamos seis minutos, mas vou entrar com recurso", disse.
Grêmio São João
Os foliões do Grêmio Recreativo São João entraram empolgados com o enredo "Os Deuses Gregos Vestem Verde e Rosa para Brindar o Carnaval". Tudo corria bem até chegarem ao meio da avenida, quando o primeiro carro alegórico apresentou problemas técnicos.
O desfile continuou e, minutos depois, o veículo conseguiu sair do lugar. "Nessa hora, o pessoal da harmonia foi muito eficiente. Avalio que este ano conseguimos provar a nossa competência", disse o presidente Alex Rodrigo dos Santos.
Unidos da Vila Industrial
A finalização ficou por conta da Unidos da Vila Industrial que trabalhou o tema "A História do Circo Encantado". As fantasias chamaram a atenção pelo capricho e recursos, como malabaristas e palhaços, foram bem utilizados.
A escola conseguiu mostrar todo o trabalho em 50 minutos e 31 segundos, deixando a avenida exatamente às 3h15. "Deu tudo certo e não tivemos nenhum problema. A produção foi bastante corrida, mas saiu tudo como planejávamos", destacou o presidente Robert Rodrigo da Silva Lins.
Fonte:Mogi News
