Fábio Miranda
Da Reportagem Local
Divulgação
A pequena Grazielly estava ansiosa para conhecer a praia
A família do menor que atropelou Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, com um jet ski no sábado, causando a morte da criança, na praia de Guaratuba, em Bertioga, será ouvida nesta quinta-feira, na Delegacia de Polícia do litoral norte. O adolescente reside num condomínio de luxo em Mogi das Cruzes.
Por enquanto, ainda não foi dada qualquer identificação sobre quem pilotava o veículo, contudo, informações apuradas pelo Mogi News, apontam que o jovem é amigo de uma família, também moradora da cidade, e que estava em Bertioga para passar o feriado de carnaval.
A auxiliar de panificação Cirleide Rodrigues de Lames, de 24 anos, mãe de Grazielly, saía do mar com a criança, por volta das 17 horas do sábado, quando um jet ski pilotado por um menor de idade, segundo testemunhas, atingiu a menina. Era o primeiro dia de Grazielly em uma praia.
Ainda de acordo com testemunhas que estavam no local na hora do acidente, o jet ski estava sozinho no mar ao atropelar Grazielly. O rapaz, segundo os locais, caiu na água antes de o aparelho atingir a garota, fugindo do local sem prestar socorro. Ao saber do ocorrido, a família com a qual o jovem estava passando o feriado voltou para Mogi de helicóptero.
O advogado Maurimar Bosco Chiasso, contratado pelos parentes do rapaz, disse, ontem, que o garoto ligou o jet ski, mas que não sabia pilotar: "Ele deu a partida inadvertidamente, sem conhecimento do funcionamento da máquina. Foi quando o jet ski se projetou para a praia, sem piloto. Foi a primeira e única vez que ele ligou o aparelho". Para Chiasso, deve ter havido uma falha mecânica do veículo, já que, sem a assistência do piloto, o aparelho deveria rodopiar na água. "Pode ter havido um dano mecânico. Foi um fatídico acidente". Chiasso ressaltou, também, que o menino não teria fugido do local, mas, sim, foi embora com medo que os banhistas o linchassem após o ocorrido.
Em Campinas
Durante o sepultamento de Grazielly, na cidade de Campinas, na manhã de ontem, a mãe da pequena pedia Justiça. "O que eu posso querer? Eu queria a minha filha de volta, mas como isso é impossível, só posso pedir Justiça".
O delegado da Polícia Militar de Bertioga, Marcelo Rodrigues, afirmou que a família do atropelador será ouvida nesta quinta-feira. "Tudo será esclarecido, mas ainda é precipitado ter uma conclusão concreta, pois as provas são iniciais. Se ficar provado que ninguém participou do ocorrido, o adolescente será punido por ato infracional, já que é menor de idade". No entanto, segundo o delegado, se for constatado que alguém entregou o veículo para o garoto, a pessoa poderá ser indiciada por homicídio culposo ou doloso. "O responsável é o dono do jet ski. O adolescente não tinha idade, habilitação nem condições para pilotar", finalizou.
Fonte:Mogi News