terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Beija-Flor se credencia ao bi no RJ


RIO DE JANEIRO
Competência e técnica apurada não resumem o desfile da Beija-Flor, no fim da madrugada de ontem, no sambódromo do Rio de Janeiro. A harmonia das alas, a escolha das cores das fantasias e o luxo das alegorias credenciam a escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, ao bicampeonato do carnaval carioca. Com um enredo sobre São Luís, do Maranhão, que comemora 400 anos em 2012, a Beija-Flor se destacou no primeiro dia dos desfiles do Grupo Especial e emocionou o público ao homenagear Joãosinho Trinta, carnavalesco responsável por apresentações históricas no Rio, incluindo algumas pela própria Beija-Flor, e que morreu em dezembro passado.
Joãosinho 'surgiu' na última alegoria, com os braços esticados, uma referência ao carro 'Cristo mendigo', do desfile da Beija-Flor em 1989, que saiu na Sapucaí envolto por um plástico preto, após a Justiça proibir a exibição da imagem. A enorme escultura do carnavalesco estava cercada por foliões que se passavam por mendigos. "Ele foi o grande gênio do carnaval carioca",, disse o intérprete da escola, Neguinho da beija-flor.
As outras escolas de tradição que se apresentaram da noite de domingo até o início da manhã de ontem, Portela, Imperatriz, Mocidade Independente e Vila Isabel, vão ter de contar com uma improvável combinação de notas dos julgadores para ameaçar a beija-flor.
A apuração do Grupo Especial será realizada hoje, após o segundo dia de desfiles. A estreante no grupo de elite, a Renascer de Jacarepaguá, e a Porto da Pedra, que também desfilaram na abertura da festa, vão ficar na torcida para não sofrer o rebaixamento. Neste ano, duas escolas caem. A Renascer abriu o carnaval e teve uma série de problemas técnicos com suas alegorias. Já a Porto da Pedra, cujo enredo tratava do iogurte, em uma relação direta com a empresa que a patrocinou, passou sem nenhum brilho pela Marquês de Sapucaí.
Quase ninguém a aplaudiu e poucas pessoas dançaram nas arquibancadas durante seu desfile.
Se a Portela, segunda a desfilar, conseguiu a proeza de criar um dos sambas-enredo mais bonitos do ano para enaltecer a Bahia, deixou a desejar em fantasias e carros alegóricos. Depois, veio a Imperatriz, que lembrava os 100 anos de nascimento do escritor Jorge Amado. A escola sofreu com problemas nos carros e precisou correr no final em uma tentativa de não estourar o tempo do desfile.
Na sequência, a Mocidade contou a história de Candido Portinari e também acabou vítima de problemas técnicos. O abre-alas, por exemplo, ficou preso em uma grade lateral da pista da Marquês de Sapucaí, o que deixou os componentes da escola em desespero. A Porto da Pedra, a quinta escola da primeira noite, não empolgou. A plateia via a escola passar de olho na área de concentração, à espera da Beija-Flor. E o desfile da atual campeã encheu os olhos até mesmo de turistas que vieram pela primeira vez ao sambódromo.
A ideia de contar lendas e aspectos da cultura de São Luís motivou a criação de carros suntuosos, ricos em acabamento. O governo do Estado do Maranhão doou cerca de R$ 2 milhões à escola.
Já o samba e a comissão de frente foram os trunfos da Vila Isabel, a escola que encerrou a festa já ao amanhecer com um enredo sobre Angola. Mas a agremiação da zona norte do Rio teve falhas no quesito evolução e deve ser penalizada.


Fonte:Mogi News