Júlia Guimarães
A Vigilância Sanitária do Estado realizou ontem uma vistoria na Santa Casa de Mogi das Cruzes para averiguar o caso dos três bebês mantidos em isolamento no interior do berçário, em razão de uma infecção bacteriana adquirida na última semana. A situação chamou a atenção das autoridades sanitaristas depois que O Diário publicou, com exclusividade, reportagem sobre a situação dos recém-nascidos que adquiriram as bactérias simultaneamente dentro do ambiente hospitalar. O órgão estadual informou que deverá elaborar um relatório sobre a visita e divulgar o resultado até o final desta semana.
Três agentes do Grupo de Vigilância Sanitária de Mogi das Cruzes chegaram à Santa Casa no início da tarde, por volta das 14 horas, e realizaram a vistoria acompanhados do médico responsável pela Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal, Ângelo Roberto Junior. Eles permaneceram no interior do hospital por aproximadamente três horas e deixaram o local de forma silenciosa, às 17 horas. Logo depois, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde encaminhou nota à Imprensa com esclarecimentos sobre a visita.
"A Secretaria de Estado da Saúde informa que o Grupo de Vigilância Sanitária de Mogi das Cruzes tão logo tomou conhecimento da situação do berçário da Santa Casa de Mogi das Cruzes programou, para a tarde desta segunda-feira, fiscalização no local. Durante toda a tarde agentes da Vigilância Sanitária Estadual vistoriaram o local e deverão concluir relatório final ainda esta semana", dizia o texto da Pasta.
Ao deixarem o hospital, os agentes da Vigilância Sanitária foram acompanhados pelo provedor Mário Calderaro, que concedeu breve entrevista coletiva em frente à Portaria 4, na Rua Coronel Souza Franco. Ele também não forneceu detalhes sobre a visita dos agentes sanitários, mas informou que os bebês infectados reagiram bem aos antibióticos ministrados e que novos exames já indicaram a ausência de infecção no sangue das crianças (leia mais nesta página). O provedor afirmou que o caso foi comunicado à Vigilância, por telefone, no último sábado, mesmo dia em que O Diário publicou reportagem sobre o isolamento dos bebês.
Ao final da tarde, Calderaro divulgou uma nota de esclarecimento informando que "a Santa Casa não tem registro de nenhuma ocorrência de óbito relacionada aos casos de infecção". Ele ressalta que "a detecção da presença de bactérias é rotineira em qualquer entidade hospitalar e está sempre presente, principalmente em unidades de alto risco como é o nosso caso". O texto esclarece ainda que a Santa Casa adota como protocolo a realização de exames de hemocultura rotineiros e diários que são feitos para controle prévio de possíveis casos de infecção, inclusive com acompanhamento da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
A nota ainda afirma que "a Santa Casa adota, de acordo com a legislação vigente, procedimentos e protocolos rígidos de controle à infecção hospitalar, os quais nos permitem um controle eficaz para tomada de decisão imediata a quaisquer ocorrências de agravos aos bebês internados no setor de Neonatologia". O texto informa que os bebês se encontram isolados dos demais e recebendo medicação adequada para o controle da bactéria detectada.
Fonte:O Diário de Mogi
