quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Hidrômetro antigo causa prejuízo


                                                               Júlia Guimarães



Mogi das Cruzes tem atualmente um total de 30 mil hidrômetros considerados obsoletos, com idade entre seis e 28 anos. Os aparelhos antigos possuem capacidade de aferição de consumo infinitamente menor do que a dos instrumentos mais modernos, que vêm sendo instalados na Cidade nos últimos meses. Embora não haja cálculos que indiquem com precisão o tamanho do impacto financeiro, o resultado é bastante desastroso para os cofres municipais, mais precisamente para as finanças do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae). A autarquia calcula que deixa de faturar, em média, 22% do consumo realizado pelos moradores das dezenas de milhares de casas que ainda possuem os equipamentos antigos.


As explicações foram dadas na manhã de ontem, depois que o diretor superintendente do Semae, Marcus Melo, recebeu a visita de um grupo autodenominado de Comissão dos Moradores em Defesa da Cidadania, representado pelos sindicalistas Reginaldo Pacini e Benedito da Silva e pelo advogado Delmiro Goveia. Eles cobraram providências da autarquia sobre as alterações bruscas nos valores das contas de água da Cidade, registradas depois das trocas dos hidrômetros. Pacini afirmou à reportagem de O Diário que há mais de 200 consumidores comprovadamente lesados no Município. Porém, ele não apresentou ao Semae dados sobre os casos. O único documento entregue a Marcus Melo foi um calhamaço de 47 páginas com cópias de reportagens retiradas da Internet, trazendo relatos de outras cidades em que a população também se sentiu prejudicada pelo aumento nas faturas (leia mais nesta página).


Para esclarecer a situação e mostrar a diferença entre o funcionamento dos hidrômetros antigos e os novos, Marcus Melo levou o grupo até o laboratório de aferição do Semae. No local, havia uma bancada com seis instrumentos instalados em um único encanamento, sendo que existiam duas unidades modernas e quatro velhas. No primeiro teste, foi realizada uma simulação de fluxo de 750 litros d’água na tubulação e todos os instrumentos funcionaram normalmente. Em um segundo momento, os técnicos da autarquia liberaram um volume equivalente a apenas 10 litros. Nesta hora, porém, apenas os hidrômetros novos registraram o consumo, que é semelhante a uma descarga de vaso sanitário ou à rápida abertura de uma torneira. Todos os outros quatro equipamentos, que foram retirados de residências da Cidade, não moveram os ponteiros. "As contas não estão erradas. Elas estão mais precisas. Este é um teste de aferição que deixa claro que, na verdade, é o Município quem está sendo lesado"


Marcus Melo, explica que não é possível calcular o tamanho do prejuízo porque a questão é complexa. Segundo ele, há vários fatores que influenciam na conta, já que a capacidade de aferição de consumo varia de acordo com o equipamento. Além disso, seria necessária uma análise do perfil de cada uma das residências para determinar as perdas caso a caso. "Essa é uma questão que varia muito. Há hidrômetros em que a perda chega a até 70%. Então, teríamos de analisar caso a caso, até porque há várias faixas de consumo".


Revisão


Apesar das explicações, Marcus Melo garantiu ao grupo que o Semae fará aferições nos equipamentos de consumidores que solicitarem o serviço e que também poderá parcelar as contas consideradas altas pela população (leia mais nesta página).


Fonte:O Diário de Mogi