Maioria dos entrevistados pelo MN disse que extinção de sacolas plásticas só trouxe vantagens para empresários
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Mayara de Paula
Geni: "Bom só para os empresários"
O acondicionamento de lixo doméstico e os clientes que vão até os supermercados a pé são os dois principais argumentos contra a extinção das sacolinhas. Desde quarta-feira passada, as principais redes de supermercados da cidade aderiram ao acordo feito entre Associação Paulista de Supermercados (Apas) e o governo do Estado para eliminar as sacolinhas. Os clientes têm à disposição caixas de papelão ou sacolas retornáveis, que precisam ser compradas. Alguns estabelecimentos comerciais cobram até R$ 0,25 pela sacola plástica biodegradável.
O Mogi News foi até alguns supermercados do município e a maioria das pessoas que estavam sem carro reclamou de ter de levar os produtos nas caixas de papelão. Entre as mais críticas estava a doméstica Geni Pereira, de 56 anos. "Esse acordo foi bom somente para os empresários, porque eles agora ganham por um item que distribuíam de graça. Sempre faço pequenas compras e tenho de levá-las de ônibus. Ou passo a andar com quatro sacolas retornáveis no bolso, que também tenho de comprar, ou coloco o material em caixas de papelão e vou pedindo desculpas para as pessoas que estão no ônibus lotado", descreveu. "Há alguns dias, estava com a carne dentro da mochila e a embalagem estourou. Perdi uma série de documentos importantes", lembrou.
O aposentado Vicente Ferreira de Oliveira, 65, criticou o pouco tempo dado aos clientes para a adaptação. A mesma reclamação foi feita pelo coordenador do Procon de Mogi, Isidoro Dori Boucault Netto, durante reunião realizada esta semana entre representantes da Apas e da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC).
A funcionária pública Sandra Aparecida Calderaro de Campos, 49, destacou que as sacolinhas tinham duas funções: a de transportar as mercadorias e para embalar o lixo. "Agora, precisamos comprar sacos de lixo que não são biodegradáveis", frisou.
Já a dona de casa Marilda Araújo, 39, considera a extinção algo "horrível". "Não ando com sacolas no bolso e sou obrigada a gastar R$ 0,19 para levar os produtos. Quem ganhou com isso? Os donos dos supermercados, muito mais que o meio ambiente", avaliou.
Favoráveis
A extinção das sacolinhas ainda gera muita discussão e uma grande parcela de consumidores é favorável ao acordo. Elidia Bento de Moraes, 70, lembrou que "tudo se trata de um processo de adaptação". "Há alguns anos, até para comprar leite, precisávamos levar o recipiente e hoje ele já vem dentro de uma caixa, ou seja, houve uma adaptação dos clientes e das fábricas", destacou. Já o marido da aposentada, Pedro Antonio de Moraes, 77, é contra a iniciativa: "As sacolinhas têm uma série de utilidades", disse.
Fonte:Mogi News