quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ex-governador em Mogi Serra defende terceiro aeroporto

Ex-governador também disse que Mogi das Cruzes tem vários pontos a favor para receber o empreendimento
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

José Serra não economizou em críticas a Dilma e Lula na área econômica. Para Mogi, manifestou apoio à instalação de um aeroporto
A implantação de um terceiro aeroporto na Região Metropolitana de São Paulo é, na avaliação do ex-governador José Serra (PSDB), um investimento extremamente necessário para ajudar a resolver o gargalo da economia nacional. Serra falou sobre o assunto ontem na cidade. Ele veio a Mogi para dar uma palestra com o tema "Perspectivas econômicas para o Brasil em 2012", no Clube de Campo, a convite da Associação Comercial de Mogi das Cruzes.


Para ele, a medida serviria não apenas para resolver os problemas de transporte aéreo no País, mas também como incentivo à economia nacional em razão da necessidade de investimentos na qualificação de mais profissionais. "A concessão do aeroporto à iniciativa privada, além de maiores investimentos em portos, é algo que defendi por anos, enquanto governador de São Paulo. Somente agora é que o governo federal decidiu fazer isso com Viracopos, que é um aeroporto já existente, e de maneira errada, tardia", discursou Serra para a platéia de empresários. 
"Sou favorável às melhorias sim, mas também de um terceiro aeroporto", acrescentou. O ex-governador deixou explícito seu apoio por Mogi das Cruzes para este empreendimento. "A própria localização da cidade, assim como seu grande potencial econômico, tanto no setor industrial como do agronegócio, já a credencia para receber vários investimentos", disse. 
A proposta do governo federal em investir no transporte ferroviário, criando uma ligação direta entre São Paulo ao Rio de Janeiro é um "tiro no escuro", segundo Serra. "Enquanto governador, mandei fazer um estudo que apontou a inviabilidade deste projeto. Não tem demanda. O público de usuários hoje é cinco vezes inferior ao que se necessita para este tipo de projeto. E, pior, não tem projeto executivo. Como se faz administração sem planejamento? Para contratar o estudo do projeto estima-se (governo federal) gastos de R$ 600 milhões, mas será bem mais que isso, acima de R$ 800 milhões", criticou. "O que São Paulo e o Estado do Rio de Janeiro precisam é de metrô e trem urbano".


Reforma tributária 
A reforma tributária, com redução drástica da taxa de juros, associada a um conjunto de políticas de incentivo ao desenvolvimento industrial, além de um maior investimento em infraestrutura através de Parceria Público-Privada (PPP) para melhorias na malha viária, além de portos e aeroportos, são, na avaliação do ex-governador José Serra, medidas necessárias para aumentar a economia nacional. 
Durante a palestra ontem, Serra fez duras críticas ao governo petista da presidente Dilma Rousseff e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. No discurso de pouco mais de uma hora, ele classificou como "o erro mais espetacular de política econômica da história brasileira" o fato de o governo federal não ter reduzido a taxa básica de juros durante a última crise financeira mundial e chamou de "fantasia" o Programa de Aceleração para o Crescimento (PAC) desenvolvido pelo PT há cerca de dez anos. 
"De 1900 a 1950, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu dez vezes, enquanto de 1980 a 2010, o crescimento foi apenas o dobro. Por ano, a economia brasileira tem crescido numa média de 1,2%, no mesmo ritmo da América Latina, e que coloca o País na 75ª economia mundial. Sabe o motivo disso? Falta de planejamento, de investir no desenvolvimento sustentável e de aplicar juros menores, em especial na produção de energia", afirmou. 
Para ele, uma "política econômica eficaz" tem de ser feita com base em ações para a "desnacionalização", isto é, reduzir a importação e investir nos produtos nacionais visando à exportação. "Dessa forma, além de taxa de juros menores para a produção e a comercialização de produtos, mantém-se o câmbio mais equilibrado, assim como a economia", disse.


Fonte:Mogi News