quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bebê na lavanderia Santa Casa suspeita de sabotagem

Provedor disse que o fato é extremamente lamentável e mostra claramente que alguém quis prejudicar o hospital
Jamile Santana
Da Reportagem Local
A Santa Casa de Mogi das Cruzes deve divulgar até a próxima sexta-feira o resultado das investigações da Comissão Interna de Sindicância, instaurada na última terça-feira, sobre o caso do bebê que nasceu morto e que deveria ter sido encaminhado para o necrotério, porém, foi encontrado na lavanderia do hospital. A suspeita é de alguma sabotagem para prejudicar o hospital.


Na última terça, 20 funcionários da unidade foram ouvidos em sessões individuais com os membros da comissão, na sala da diretoria do hospital. A coleta de informações durou cerca de nove horas. Segundo o provedor, Mário Calderaro, alguns funcionários serão novamente ouvidos. 
A partir daí, os cinco membros da comissão, presidida pelo delegado e ouvidor do hospital, Francisco Del Poente, irá se reunir para definir e concluir o relatório da sindicância. Foram ouvidos funcionários ligados à lavanderia e limpeza, portaria e ao necrotério. 
"O documento será encaminhado à Polícia Civil, que irá investigar melhor o caso e aplicar as sanções necessárias, já que estamos tratando do crime de ocultação de cadáver", comentou Calderaro.


De acordo com o boletim de ocorrência, J.M.G.L. deu à luz no último dia 25, às 23h30, um bebê masculino de 37 semanas, com pouco mais de 4 quilos, que já nasceu morto, vítima de má-formação congênita. O pai da criança, C.G.P., foi chamado no hospital para providenciar a documentação necessária para o sepultamento do bebê, mas isso não foi feito no sábado (dia 26). O corpo do menino, então, continuou no necrotério até as 7 horas do dia 27 (domingo), quando houve a troca de turno dos funcionários. No mesmo dia, às 10h45, o corpo foi encontrado na lavanderia, enrolado em roupas sujas do hospital.


"Esse acontecido é lamentável, já que mostra claramente que alguém quis prejudicar o hospital. O nosso controle de pacientes levados ao necrotério é rigoroso e uma coisa destas não iria acontecer por engano. Outro indício é a denúncia anônima feita à Polícia Militar, bem como aos órgãos de Imprensa, antes mesmo que a diretoria da entidade fosse acionada do fato", garantiu o provedor. A distância entre o necrotério e a lavanderia é de cerca de 30 metros.
O Mogi News também procurou, para comentar o caso, o ouvidor da Santa Casa, Francisco Del Poente, e o médico Paulo Toledo, que é diretor-clínico da unidade. Ambos compõem a comissão de sindicância, mas não foram encontrados.


Fonte:Mogi News