quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Histórias do ex-prefeito Waldemar Costa Filho (XX)

Conta o arquiteto Selmo Roberto Santos que logo após sua formatura, na década de 70, foi procurado por um grande industrial da época, Vasco José Fae, dono de indústrias à margem da Via Anchieta e na Baixada Santista, presidente do Santos FC e amigo do temido coronel Erasmo Dias, baluarte da ditadura militar que dava as cartas na época. Gaúcho duro na queda, Fae era daqueles que não gostava de ver seus interesses contrariados, principalmente quando envolviam negócios e dinheiro. Pois o poderoso Fae resolveu instalar a filial de uma de suas indústrias em Mogi e chegou a comprar uma área próxima ao Feital Velho, região do Botujuru, além de 10 linhas telefônicas, coisa quase impossível para a época em que telefone era artigo de luxo. Só havia um problema: o prefeito da época, Waldemar Costa Filho, estava resistindo à empresa que processava metais não ferrosos, com alto potencial poluidor para a Cidade. Selmo acompanhou a documentação e assistiu de camarote ao confronto entre o prefeito e o empresário que tudo podia. Ele conta como foi o desfecho: "Com um lance de gênio, a solução encontrada por Waldemar foi doar ao Exército Brasileiro uma vasta área de terra perto da futura indústria de Fae. Foi o suficiente para que toda aquela região se transformasse em ‘área de segurança nacional’, impedindo assim que a fábrica poluidora lá se instalasse. Com isso, Waldemar conseguiu abortar as intenções do industrial de vir para Mogi", relembra Selmo, concluindo: "Essa é a história que eu assisti bem de perto. No duelo com o poderoso empresário, deu Waldemar na cabeça".


Fonte:O Diário de Mogi