quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Risco de acidente: Infrações de todos os tipos deixam a Mogi-Salesópolis mais perigosa

São muito comuns as ultrapassagens em lugares proibidos e o excesso de velocidade em áreas urbanas
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Caminhoneiros são os que mais arriscam com ultrapassagens em locais proibidos, o que torna a estrada ainda mais perigosa e crítica
Não é somente por falta de sinalização e boas condições da estrada que os motoristas que trafegam pela rodovia Professor Alfredo Rolim de Moura, também conhecida como Mogi-Salesópolis (SP-88), correm risco de acidente. As ultrapassagens em lugares proibidos, como curvas e acostamentos, além de excesso de velocidade em áreas urbanas, como na altura de Biritiba Mirim, e ainda a ausência de fiscalização constante são fatores que tornam a rodovia cada vez mais perigosa. 
E o risco é dobrado para os pedestres, que são obrigados e dividir espaço com os veículos na pista, inclusive em trecho escolar. A reportagem do Mogi News percorreu os 37,5 quilômetros da rodovia e flagrou diversas cenas de desrespeito ao Código de Trânsito Brasileiro e à vida. 
No geral, as condições da estrada são boas. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) concluiu as obras em toda a extensão no ano passado. Ao todo, foram investidos R$ 95 milhões em pavimentação e acostamento, recapeamento asfáltico e a implantação de duas faixas de rolamento no trecho entre o entrocamento com a estrada do Nagao até Mogi. A pista foi dividida por muretas, para evitar o número de colisões frontais. Nos quilômetros 59, 68,2, 69, 72,3, 73,5, 81, 89, 99 e 99,2, foram implantadas rotatórias. 
Mas mesmo com esta gama de dispositivos para tornar o tráfego mais seguro, é muito fácil flagrar situações de risco na pista. O primeiro é com relação aos pedestres. No início da rodovia, não há acostamento e nem calçada. Os pedestres são obrigados a se arriscar no meio fio e às vezes chegam a ficar a centímetros de distância de caminhões e carros em alta velocidade. 
Várias estradas vicinais dão acesso a regiões rurais de Mogi e Biritiba Mirim. Por isto, o volume de caminhões que trafegam na pista é grande e, na maioria das vezes, são estes condutores que se arriscam em ultrapassagens proibidas, principalmente em curvas e demais trechos de faixa dupla contínua, ou seja, onde não poderia fazer manobras.


Acesso
Também é muito comum flagrar veículos atravessados no meio da pista, tentando ter acesso a uma das estradas vicinais, o que justifica a necessidade de implantação de mais alças de acesso ou rotatórias.


No trecho urbano de Biritiba Mirim, quem precisa atravessar a pista demora minutos. A falta de um canteiro central, de faixas de pedestres, redutores de velocidade ou de fiscalização eletrônica permite que os motoristas andem em alta velocidade, mesmo na área urbana. 
O delegado titular de Biritiba Mirim, Francisco Del Poente, mora em Mogi das Cruzes e faz o mesmo percurso pela Mogi-Salesópolis todos os dias. "Acho que o quilômetro 67, depois da curva, é um dos mais perigosos, mas acho que o pior é a falta de fiscalização preventiva da Polícia Rodoviária, para impedir os abusos. Aos fins de semana a situação é ainda pior: condutores alcoolizados, trafegando em alta velocidade. A situação é complicada", disse. No dia em que a reportagem fez todo o trajeto da rodovia, das 15h30 até as 17h30, não encontrou policiamento em nenhum ponto da estrada.


Fonte:Mogi News