sábado, 3 de setembro de 2011

Comportamento Envelhecer não implica em rancores e tristezas


Especialistas orientam sobre como enfrentar este período da vida com mais otimismo e alegria, sem se prender tanto às adversidades e limitações
Maria Regina Almeida
Da Reportagem Local
Divulgação

Idosos que sabem encarar a vida com mais otimismo e sem queixas conseguem ser alegres e atrair as pessoas para um convívio sadio
Envelhecer sem mágoas e rancores talvez seja um dos maiores desafios quando a idade avança e as perdas tornam-se frequentes. Ter uma atitude positiva diante dos reveses da vida e saber se livrar de pensamentos e de situações que causam sofrimentos é essencial para manter um bom relacionamento e convívio com as pessoas que estão ao redor, além de trazer bem-estar para quem age desta forma. 
O psicólogo Agostinho Caporali, de Mogi das Cruzes, destaca que a receita para afastar as mágoas e ter uma boa qualidade de vida, em qualquer idade, é saber perdoar, tanto o outro quanto a si mesmo: "Isso é fundamental, pois só assim vamos nos livrar das amarguras e não permitir que elas interfiram no presente e no futuro. Passamos a vida fazendo escolhas e, em algumas, nós acertamos e, em outras, erramos. Não podemos nos prender às coisas ruins. E aí entra, de novo, a necessidade do perdão pelas coisas que não conseguimos acertar". 
É bom sempre ter em mente que a amargura no coração afasta a alegria e que ninguém gosta de conviver com pessoas tristes. Os "carregadores de pedras", como classificou o psicólogo, devem aprender a se desfazer delas sob pena de perder o ânimo e o encanto pela vida. 
Ter atitudes que demonstrem afeto é outra recomendação do especialista: "Ligue para aquela pessoa que você ama, ou um filho ou um amigo, e diga isso. Abra o seu coração e fale que está com saudades. Muitas vezes deixamos de compartilhar estes sentimentos simplesmente por causa do orgulho, do espírito crítico e de sermos exigentes demais. E isso só faz mal".


Ele recomenda que, ao acordar, o ideal é decidir aquilo em que vamos colocar o nosso foco, se nas coisas ruins ou nas boas. Esta escolha, segundo Caporali, vai fazer toda a diferença para o resto do dia.


Para a psicóloga Geraldina Witter, membro do Grupo de Psicologia do Idoso, em Mogi das Cruzes, saber compreender que o envelhecimento é um processo da vida e estar preparado para isso é um bom caminho para atravessar este período com mais naturalidade e sem cobranças em relação ao padrão que o mundo tenta impor de uma juventude eterna.


"A marca do tempo vem. Isso é inevitável. A nossa sociedade precisa se preparar para o envelhecimento sem se ater tanto à manutenção de um físico jovem", avalia. "É preciso se cuidar, sim, porém sem supervalorizar coisas que não são garantia de felicidade", acrescenta a psicóloga.


Segundo Geraldina, o apoio da família é muito importante para que o idoso se sinta útil e parte integrante da sociedade e, assim, ele saberá lidar melhor com esta fase da vida.


"Muitas vezes, os filhos estão tão envolvidos com os seus afazeres e com o corre-corre diário que se esquecem ou não tem disposição física de se sentar ao lado do idoso apenas para conversar e dar atenção. Ou, então, ficam apenas preocupados com a doença da pessoa idosa, que deixam de dar um apoio emocional que gostaria e espera receber", avalia a especialista.


Fonte:Mogi News