quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Carmo: história e modernidade

DANILO SANS
O Largo do Carmo ficou na quarta posição entre os melhores lugares de Mogi das Cruzes, na opinião de 40 formadores de opinião da Cidade, em pesquisa publicada domingo em O Diário. Uma visita mostra o que o gerente de jornalismo da TV Diário, Dino Rodrigues, diz ao escolher o local como o seu favorito. "Todos aqueles prédios que fazem uma moldura histórica, como o Teatro Vasques, as Igrejas e o Casarão do Carmo nos levam ao passado e, como é frequentado por jovens, faz olhar para o futuro também", destaca.


Fica difícil encontrar alguém por lá já na casa dos 30 anos. Em vários pontos, é possível verificar um grupo de roqueiros, outro de estudantes, alguns casais, que têm algo em comum: são jovens.


Mariana Ayumi Kawamura, de 17 anos, mora no Mogi Moderno, estuda no Centro e frequenta o Largo diariamente. "Venho encontrar os amigos. São pessoas de vários locais e boa parte deles eu conheci por aqui mesmo", relata.


Os encontros que durante muito tempo aconteceram ao acaso, agora são marcados via internet, diz a garota. "Acho tudo aqui está bonito, apesar de não conhecer o passado deste lugar. Só frequento a Praça, no Teatro mesmo fui apenas uma vez, há bastante tempo", fala.


A também roqueira Milena Chaves Souza, de 15 anos, moradora do São João, conta que um dos atrativos eram os shows de rock realizados aos sábados. "A única coisa que melhoraria ainda mais este lugar seria a volta das apresentações, que foram removidas por conta de uma minoria de pessoas que vinha para depredar a Praça", conta.


Porém, a Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura informa que, por enquanto, não há planos para o retorno destas atividades.


Um dos vários casais de namorados que utilizam a Praça como cenário romântico, formado por Aline Silva Nunes e Leonardo Matheus Galante Gallardo, ambos com 17 anos, estuda no Centro e aproveita o Largo sempre que pode. "Em comparação com outras praças de Mogi, a do Carmo é relativamente bem conservada", diz ele.


Aline também elogia a preservação do local, mas diz que há pessoas que vão até lá para depredar. "A preservação é muito importante, principalmente pela importância histórica deste nosso patrimônio" alerta.




Valor histórico


Apesar da importância histórica, o conjunto das igrejas enfrentam sérios problemas com sua preservação, como infiltração que comprometem as ilustrações históricas. Questionado sobre os problemas na estrutura do prédio, o prefeito Marco Bertaiolli (DEM) explica que "embora sejam um patrimônio histórico da Cidade, são tombadas por um órgão federal, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Natural (Iphan). Além disso, trata-se de uma propriedade particular, que pertence à Ordem Carmelita, o que impede legalmente o Município de fazer investimentos no local", diz.


No entanto, ele informa que está em curso a regulamentação de uma lei que pode beneficiar o conjunto. "Desde que as Igrejas do Carmo também sejam tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Mogi das Cruzes (Comphap), ao preservar o imóvel, o proprietário passaria a ter direito a uma série de benefícios previstos em lei", conclui.


Fonte:O Diário de Mogi