DANILO SANS
O Corpo de Bombeiros registrou aumento de 280% nos chamados de combate a incêndios em matas em Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e Guararema, somente nos primeiros sete meses deste ano, no comparativo com o mesmo período de 2010. Segundo o sub-tenente Mario Cesar de Jesus, que está na corporação há 20 anos, a situação verificada de janeiro a julho de 2011 é atípica, "mas tivemos épocas com números maiores do que estes", afirma, atribuindo os casos à longa estiagem, que favoreceu a secagem das matas, aumentando as queimadas.
De acordo com os dados divulgados, de janeiro até o final de julho deste ano, os bombeiros já atenderam 160 casos de incêndios, enquanto que nos sete primeiros meses de 2010, foram 42 e, em todo o ano passado, os chamados não passaram de 116. O período entre maio e agosto é o mais crítico, contabilizando 122 ocorrências em 2011, contra 34 em 2010.
O engenheiro Dalmo Tavares, de 52 anos, morador do condomínio Real Park, em Mogi, diz que já precisou acionar o Corpo de Bombeiros e a Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente por conta de focos de incêndio próximos à sua casa. "Em vez de limpar o terreno, as pessoas põem fogo. Fica uma fumaça densa e a fuligem vem toda para dentro dos bairros", diz ele, que alerta para o perigo das chamas atingirem a rede de alta tensão. "Teve uma vez que as labaredas estavam alcançando a fiação. Há vários terrenos cheios de mato em torno do condomínio, onde as crianças brincam, empinam pipa. Daqui a pouco, com este tempo seco, o fogo se alastra rapidamente e pode ainda atingir uma delas", diz o engenheiro, que cobra uma ação mais efetiva das autoridades.
A Prefeitura, por meio de sua Coordenadoria de Comunicação, lembra que o trabalho de combate e atendimento às queimadas são atribuições do Corpo de Bombeiros, inclusive na composição de campanhas de prevenção. As ações realizadas pelo Município, por meio da Secretaria de Segurança Pública, consistem na autuação de pessoas que ateiam fogo sem autorização em áreas públicas ou privadas. No entanto, a última multa aplicada pela Pasta foi em fevereiro do ano passado, uma vez que a penalidade só ocorre quando há o flagrante, ou seja, quando os fiscais vão até o local durante trabalhos de rotina ou após denúncias e encontram estas pessoas praticando as infrações. Ainda segundo a Prefeitura, o mais recorrente é que, ao chegar ao local, os fiscais não encontrem mais estes indivíduos.
De acordo com a Polícia Ambiental, não há dados sobre o número de multas aplicadas em caso de incêndios, já que a infração é registrada nas estatísticas como crime ambiental, que engloba ainda outros tipos de violações.
Fonte:O Diário de Mogi
