quarta-feira, 15 de junho de 2011

O novo alvo das construtoras

DEMANDA Construtoras brasileiras estão de olho na privatização do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos


RIO



As grandes construtoras brasileiras travam uma corrida para fechar parcerias com operadoras internacionais, de olho na privatização dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. De acordo com fontes ouvidas pela Agência Estado, Galvão Engenharia, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Carioca Engenharia e Camargo Corrêa negociam com empresas estrangeiras especializadas na administração de aeroportos.


O movimento é visto como inevitável por especialistas no setor, devido à falta de experiência das empreiteiras em operações aeroportuárias. "Nossas construtoras têm excelente engenharia de grandes obras e levam muita competitividade para um projeto. Porém, em operação aeroportuária não são especialistas", diz o professor da UFF Marco Aurélio Cabral.


Apesar de já operar aeroportos como o de Quito, com a norte-americana ADC&HAS, a Andrade Gutierrez já firmou parceria com a alemã Fraport para uma possível participação nos leilões. A empresa de Houston, por sua vez, chegou a conversar com a Odebrecht, mas, segundo uma fonte, as negociações não avançaram. Procurada, a construtora não quis comentar.


Ao lado da Galvão Engenharia estaria a Munich Airport, que opera o aeroporto de Munique, na Alemanha, disse um consultor que não quis se identificar. A informação foi confirmada por um executivo de empresa concorrente. Já a Carioca Engenharia fechou parceria com a Aéroports de Paris (ADP), que opera os aeroportos Charles-de-Gaulle e Orly, na capital francesa, informou a empresa.


Sócia da suíça Flughafen Zürich AG na joint venture A-Port, formada em 2008, a Camargo Corrêa diz que, enquanto não houver maiores definições sobre o leilão, não se manifestará. Fontes, no entanto, confirmam o interesse na privatização.


Embora ainda não haja informações sobre negociações entre a OAS e empresas estrangeiras, a empresa deve participar do leilão por meio da Invepar, empresa na qual é sócia dos fundos de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), da Petrobrás (Petros) e da Caixa Econômica Federal (Funcef).


Mesmo com as associações em curso, ainda é difícil garantir os grupos candidatos aos leilões dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, avalia o consultor José Wilson Massa. Para ele, o cenário só ficará claro após o leilão do projeto do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, previsto para o mês que vem.


Conforme revelou uma fonte, as companhias interessadas avaliam como arriscado o negócio nesse aeroporto. "As mais conhecidas falam que é um negócio que apresenta muitos riscos", disse, sem citar o nome das empresas. Segundo essa fonte, A-Port e Andrade Gutierrez estariam quase fora do leilão, ao passo que "a Odebrecht nunca esteve dentro".


Fonte:O Dário de Mogi