quinta-feira, 23 de junho de 2011

Estado ampliará vagas de oncologia


DIFÍCIL Pacientes que buscam tratamento no Centro Oncológico de Mogi são encaminhados a São Paulo


Josiane Carvalho


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) assumiu o compromisso de ampliar o atendimento dos pacientes com câncer de Mogi das Cruzes que procuram tratamento no Centro Oncológico e, há algumas semanas, são encaminhados a São Paulo. A informação foi dada na manhã de ontem, durante o lançamento da pedra fundamental do Hospital Regional de Braz Cubas.


"O prefeito (Marco Bertaiolli) falou comigo logo que cheguei sobre a situação da oncologia da Cidade. Certamente, na volta para a Capital, já pretendo identificar os problemas e buscar alternativas para a possibilidade de ampliar o atendimento da oncologia em Mogi. Afinal, quanto mais rápido resolvermos os problemas na própria Cidade, melhor para o paciente", destacou Alckmin.


O governador disse, também, que pretende implantar uma rede de combate ao câncer para melhorar e descentralizar o atendimento da Capital. "Pretendo criar uma rede paulista de combate ao câncer, integrando os hospitais públicos com a coordenação do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), eleito o melhor hospital do Sistema Único de Saúde (SUS), e as redes que prestam serviços filantrópicos e privados", explicou.


Desde o início do mês, o Centro Oncológico e o Hospital do Câncer Doutor Flávio Isaías Rodrigues não podem atender novos pacientes, por terem superado a cota de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante disso, os pacientes que já estavam em tratamento continuam sendo atendidos, mas todos os novos casos são encaminhados ao Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).


Há um mês, a auxiliar de escritório Jeniffer Garcia, de 26 anos, recebeu o diagnóstico de que estava com um linfoma (tipo de câncer no sistema linfático). Com isso, iniciou uma série de exames no Icesp, na Capital. Segundo ela, a viagem feita de trem demora em média duas horas para ir e outras duas para voltar e, por enquanto, está sendo suportada porque ainda está na fase de exames e diagnósticos. "Já imaginou quando precisar começar, de fato, o tratamento de quimioterapia e radioterapia? Penso que não vou suportar as reações e o efeito das terapias se tiver de enfrentar o trem para voltar", destacou.


Jeniffer mora no Conjunto Residencial Cocuera, em Mogi das Cruzes, e acredita na eficácia e facilidade do tratamento se tivesse de ir apenas até o Alto do Ipiranga, onde fica a sede do Centro Oncológico de Mogi das Cruzes. "O médico me disse que teria cinco meses de tratamento, isso se o câncer não tiver afetado a medula. Caso contrário, ele levará mais de um ano. E não tenho condições de viajar todos os dias para São Paulo. O ideal mesmo seria fazer o tratamento todo perto de casa" .


A situação do aposentado José Benedito de Moura, de 60 anos, está um pouco mais complicada do que a da jovem Jeniffer. Tudo porque ele descobriu, em fevereiro, um câncer na próstata e, depois de uma bateria de exames, não conseguiu ser atendido pelo centro de referência em Mogi das Cruzes, que fica a quatro minutos de sua casa. "Já imaginou ter de enfrentar o trânsito de São Paulo todos os dias por conta de um tratamento delicado como este? Já faz mais de um mês que estou tentando ser atendido do lado da minha casa e até agora nada. Confesso que não tenho medo de morrer, mas sei que não posso deixar de fazer o tratamento".


Fonte:O Diário de Mogi