domingo, 22 de maio de 2011

Covas mogiano

Márcio Siqueira
Oswaldo Birke
Covas mogiano
O boletim informativo on-line distribuído na sexta-feira passada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente, Bruno Covas, trouxe uma série de pessoas e assuntos relacionados a Mogi e região, direta ou indiretamente. 
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Amigo da Onça
Na contagem regressiva para a audiência em que Covas pretende, num ritual "democrático", enfiar goela abaixo de Mogi o famigerado Lixão da Construtora Queiroz Galvão, parece haver a intenção de plantar notícias tão próximas do Alto Tietê que sua assessoria procura demonstrar uma franciscana boa vontade com a região.
Navarro amigo
Pelo informativo de Bruno Covas, era possível ver o secretário recebendo o ex-manda-chuva do Comando de Policiamento de Área Metropolitano - 12, coronel José Luís Navarro, hoje comandante do Corpo de Bombeiros do Estado, para a discussão do Sistema Estadual de Prevenção e Combate a incêndios.
Avô amigo
Em outra nota, Covas recebe os prefeitos de Arujá, Abel Larini (PR), e de Santa Isabel, Hélio Buscarioli (PSDB), além da deputada estadual Heroilma Tavares (PTB), que em vez de discutir soluções para o aterro interditado da Pajoan, foi sugerir a Bruno Covas que o Estado denomine a Fatec da cidade com o nome do avô da autoridade, o ex-governador Mario Covas.
Versão light
Por último, a tensa audiência da terça-feira passada, em que Bruno Covas recebeu o prefeito Marco Bertaiolli (DEM) e outras autoridades mogianas, graças à insistência do deputado estadual Estevam Galvão de Oliveira (DEM), é contada em prosa e verso.

Tudo de novo
Eis as explicações estilo Poliana da assessoria de Covas: "Durante a audiência, o prefeito solicitou ao secretário que prorrogasse, novamente, por mais 90 dias, a audiência pública sobre o licenciamento do aterro da Queiroz Galvão, em Mogi das Cruzes".

Viagem no tempo
E prossegue: "No mês de março, dia 1, o prefeito foi recebido pelo secretário, que concedeu prazo de 90 dias para que a municipalidade tivesse mais tempo para analisar o projeto do aterro. A nova solicitação foi encaminhado ao Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), que decidirá se o novo pedido entrará na pauta da próxima reunião, marcada para o dia 21 de junho".

Profecia - I
O repórter Cleber Lazo pediu, na semana passada, um parecer ao secretário municipal de Planejamento, João Francisco Chavedar: "O que vai ficar pronto primeiro, os dois viadutos sobre a linha férrea ou os estádios para a Copa do Mundo de 2014?".
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Profecia - II
Chavedar respondeu: "O deputado Valdemar (Costa Neto - PR) vem inaugurar os viadutos aqui, no mesmo dia em que a Dilma e o Lula irão cortar a fita do novo estádio do Corinthians, o Fielzão. Pode escrever".
Sabedoria popular
A série de mortes registradas na UTI Neonatal da Santa Casa da Suzano coloca em prática um postulado da sabedoria popular: "É possível enganar a todos algum tempo; alguns, todo o tempo; mas nunca todos o tempo todo".

Só fachada
A intervenção branca feita pelo prefeito de Suzano, Marcelo Candido (PT), deu uma estabilidade de fachada ao hospital. Na semana passada, vieram à tona quatro mortes mais recentes, por superlotação, motivo idêntico àquele pelo qual se interditou a maternidade de outra Santa Casa, a de Mogi, no fim de 2009.
Oswaldo Birke
Dupla dinâmica
Na sexta-feira, o interventor Marco Antônio Grandini Izzo, em coletiva, ao lado da secretária de Saúde de Suzano, Célia Bortoletto, teve de admitir que o número de óbitos chega a 17 nos últimos cinco meses. 
Imagem do dia
Maurício Sumiya
Estátua viva
Criança brinca com estátua viva no largo do Rosário, na região central, ontem. O artista chamou a atenção dos mogianos.
Titanic
Como se fossem músicos do Titanic, Izzo e Célia fizeram um concerto enquanto o navio da saúde pública suzanense afundava de vez e disseram que não houve negligência. Para Célia, só uma "fatalidade" explica o caso.
Petistas ou tucanos?
É grave o fato de o interventor e a secretária terem escondido, debaixo da saia da administração Candido, durante tanto tempo, 13 óbitos. Mais grave ainda:dizer que não houve negligência, quando bebês eram empilhados na UTI. Pior: chamar de "fatalidade" as mortes em série e achar, com isso, que as famílias enlutadas devem se conformar e que ninguém deve ser punido.
e-mails do leitor
Editorial
Gostaria de expressar minha opinião sobre o editorial do dia 20 de maio. É triste realmente ver o MEC cometer tamanhas atrocidades, nossa língua portuguesa deve ser defendida a ferro e fogo do modo mais pragmático possível, tal qual uma fé religiosa. E esse deveria ter sido o foco principal da matéria, que ficou carregada, poluída, por trazer em seu teor tanto simbolismo, que tenha-se de passagem, é mais que batido... comparar o ministro com Stalin e falar em "genocídio soviético"? Foi completamente desnecessária essa comparação. Não podemos nos esquecer que a sociedade civil é a maior responsável por tudo que está acontecendo. Esse ministro é um elo perdido desse erro todo e tenho certeza, sem querer soar pretensioso, de que ele vai durar pouco tempo como ministro. Agora, eu lhes pergunto, em um cenário soviético, bolchevique, de um povo com uma literatura popular recém-inaugural, herdeiros de Púchkin, Gogol, Turgeniev, será que esse tipo de ´sacanagem´ aconteceria nessa época pré-stalinitas? Que mesmo com tantos abalos conseguiram formar sua cultura? de Maiakóvski a Andrei Tarkovsky em diante? E sinceramente, bater tanto no Palocci e nas "PTistadas" da vida, é apenas uma maneira de desviar o foco do debate principal, que é apenas um: o brasileiro está sofrendo uma grande crise ética. Somos uma sociedade sem profundidade, do país maravilha, como diz o Jabor... que por ouro e por pouco glamour promove massacres no Paraguai em nome de interesses ingleses, a troco do quê? Chega de desviar o debate. Por fim, é muito bom ver o repúdio a um material tão absurdo como parece ser esse livro distribuído pelo MEC. Parabéns ao MN!
Heitor Bera
hlrbera@gmail.com

Fonte:Mogi News