sexta-feira, 1 de abril de 2011

Unido a Kassab, vice de Alckmin perde espaço

Unido a Kassab, vice de Alckmin perde espaço

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DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

O vice-governador de SP, Guilherme Afif Domingos, começa a pagar o preço por seguir o prefeito Gilberto Kassab no projeto de fundar um novo partido, o PSD, cuja principal missão é inaugurar uma terceira via política em São Paulo e furar a polarização PT-PSDB no Estado.
Afif, que acumula a chefia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, perdeu o controle do Conselho Estadual de Petróleo e Gás Natural para a Secretaria de Energia, do tucano José Aníbal.
O órgão --cuja principal função é acompanhar o cumprimento de metas de atividades relacionadas à extração de petróleo em SP-- era subordinado à pasta de Afif.
A transferência de chefia, determinada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), foi publicada ontem no "Diário Oficial". O governo nega que a mudança tenha motivação política.
A assessoria do governador afirma que a transferência do conselho estava prevista desde a transição. Procurado pela Folha, Afif não quis falar sobre o assunto.
A criação do PSD preocupa Alckmin. A nova sigla servirá para dar palanque a Kassab nas eleições para o Palácio dos Bandeirantes. O projeto desagrada ao governador, que não descarta a reeleição.
Ainda esta semana Afif quase perdeu outro espaço: um assento na Câmara de Desenvolvimento Metropolitano, lançada ontem por Alckmin para coordenar ações de infraestrutura na região.
A secretaria de Afif constava no projeto original como integrante do órgão, mas foi substituída pela Secretaria da Fazenda.
Ciente da troca, o vice-governador conversou anteontem com o secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo (PSDB), e disse que estava sendo isolado. O diálogo surtiu efeito. O governo decidiu abrigar as duas pastas.
Edson Aparecido, secretário de Desenvolvimento Metropolitano e coordenador-executivo do novo órgão também negou motivação política para a reinclusão de Afif. "A secretaria chefiada pelo Afif estava no projeto desde o início", disse.


Fonte:Folha de S.Paulo