quarta-feira, 30 de março de 2011

Para família, tempo não muda a dor da perda

Para família, tempo não muda a dor da perda
Amilson Ribeiro
No velório de Alcides, a esposa dele teve de ser amparada
Se o tempo tem o poder de curar a dor pela perda de alguém, essa regra não se aplica à família do vereador Alcides Celestino Filho, o Alcides da Farmácia, assassinado há dez anos com quatro tiros. Em entrevista ao Mogi News, a esposa dele, Vera Lucia de Souza, fez um balanço destes anos e garantiu que tanto para ela quanto para os quatro filhos do casal, a ausência só parece crescer.

Ela não quer saber de polêmicas sobre a morte. Tem na cabeça a dúvida sobre quanto pior seria para a própria família se o caso fosse novamente revirado. Durante o processo de apuração do assassinato do comerciante, a principal evidência apontou motivação política no crime. Apesar de o atirador Gabriel Ângelo Bittencourt, o Treze, ter sido condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato, ainda hoje, não se descobriu quem foi o mandante.

Vera e os filhos continuam trabalhando na drogaria da família. Segundo ela, mesmo com o passar dos anos, a dor é irreparável. "Tiraram a vida do meu marido. Os anos vão passando e a falta fica mais viva. É um trauma que não se esquece. Para mim e para os meus filhos, é difícil passar pelas datas comemorativas. Março é o mês da tristeza para nós".

Para Vera, o sentimento é de vazio. "Sinceramente, eu sempre pensei se não seria mais doloroso (mexer novamente com as investigações). Ao mesmo tempo, fico fazendo perguntas que não têm respostas e fica difícil de saber toda a verdade. Falar em justiça é complicado", completou.

Fonte:Mogi News