sexta-feira, 18 de março de 2011

Mendigos itinerantes

Mendigos itinerantes

O grupo de mendigos tornou-se itinerante. Depois de passarem os dias e noites nas praças do Shangai, Sacadura Cabral e Bom Jesus, agora, eles rumam para a Francisco Ribeiro Nogueira, o antigo Largo 1º de Setembro, também na região central.
A presença dos moradores de rua, a maioria de outras cidades e dependentes de álcool e drogas, levou comerciantes do largo a solicitarem a atuação da Secretaria Municipal de Assistência Social.
Agora, esses comerciantes repetem a via-crucis já vivida por outros lojistas, em especial, que têm problemas com as discussões, brigas e o cotidiano dessas pessoas que transformam a rua em casa: improvisam banhos e camas, fazem as necessidades fisiológicas à frente de todos.
Os comerciantes do Largo Francisco Ribeiro Nogueira temem prejuízos com a perda da clientela. Tal como acontece em outros espaços públicos frequentados por mendigos.
Apesar das medidas adotadas como a colocação à disposição dos moradores as casas de acolhimento desse público na Cidade, a Pasta tem feito o que lhe é possível. Não há, na lei, brecha para se impedir os moradores de transitarem livremente, de dormirem e viverem nas praças. Então, como tratar a questão?
Trata-se mesmo de um drama social. Neste caso, amplificado por uma outra realidade: assistentes sociais da Administração detectaram a presença entre esses moradores de rua de marginais, gente que se mistura a eles, e vive de pequenos delitos. São criminosos que estão se aproveitando dessa situação para manterem seus vícios.
A situação está chegando a um ponto que exige, da Cidade, uma ação mais intensa, com a participação de todos, não apenas do poder público ou da Polícia que, como vemos, não têm conseguido estancar o crescimento desses moradores.
Entre alguns caminhos, o mais emergencial é a participação da população na denúncia dos crimes, quando eles acontecerem: e, aí sim, a Polícia deverá agir para impedir o crescimento desse grupo. Por outro lado, a efetivação de projetos, como o novo Cras, para a assistência apenas à essa população, e a ampliação da oferta do atendimento contra a dependência química, careciam de ser postos em prática mais rapidamente.
Sem eles, como esse grupo tem na rua um aliado a mais para a permanência no vício, Mogi continuará sem conseguir resolver essa situação, semanalmente registrada por este jornal.

Fonte: O Diário de Mogi