sexta-feira, 18 de março de 2011

Falta de médicos e demora no atendimento geram revolta

Falta de médicos e demora no atendimento geram revolta
Patrícia teve de "implorar" para passar com especialista no Hospital Regional no fim de semana
Ariane Noronha
De Ferraz
Daniel Carvalho

Paciente reclama do tratamento aos usuários e da enorme fila de espera que se estende pelos corredores do Hospital Regional Osíris Florindo Coelho, em Ferraz
O Hospital Osíris Florindo Coelho, de Ferraz de Vasconcelos, mais uma vez é alvo de reclamações quanto à falta de médicos, ao atendimento e às filas de espera gigantescas que se estendem pelos corredores. Pacientes e usuários da unidade regional estão revoltados com a ausência de profissionais que é registrada todos os dias.
Segundo a estudante Patrícia da Silva Reis, de 32 anos, ela teve de "implorar" para receber atendimento no último fim de semana, já que estava passando mal e sentindo falta de ar. "Fui ao hospital também no sábado retrasado e não havia médico. Os funcionários dizem que isso está acontecendo há algum tempo. Não há clínico-geral e médico emergencial, apenas cirurgião que só atende quem vai de Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)", relatou. Patrícia, que chegou ao hospital acompanhada pela irmã, tem asma- doença inflamatória crônica das vias aéreas - e foi até lá porque estava com falta de ar e mal conseguia andar e falar.
De acordo com a estudante, depois de muita insistência, uma enfermeira que se dizia responsável pelo setor apenas mediu sua pressão e a liberou. "Ela me disse que estava tudo normal e eu via que não estava. Ainda por cima me pediu para ir ao Hospital de Poá. Para conseguir atendimento em Ferraz, tem de desmaiar e chamar o Samu, se não a gente não é atendido. Acho um desrespeito, um descaso com a população", disse ela, inconformada.
Durante a longa espera, Patrícia contou ainda que várias pessoas passavam mal e reclamavam da demora no atendimento e que não havia médico para atender a demanda. "Vi três cirurgiões indo tomar café enquanto os pacientes passavam mal. Eles são médicos e isso é omissão de socorro. Achei um absurdo. Saí de lá quase chorando, indignada", desabafou.
Para Patrícia, os fins de semana são os piores dias no hospital e o número de médicos é visivelmente reduzido. "Durante a semana a procura por médicos é grande, mas pelo menos há especialistas. Fim de semana é precário. Para eles, isso é natural, mas para a gente não é", finalizou.



Resposta
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde informou que não faltam médicos no Hospital Regional e que o quadro de funcionários não é reduzido no fim de semana. Ainda segundo o órgão, o pronto socorro atende vários municípios da região e quando a procura é grande os pacientes passam por uma qualificação de urgência de atendimento.



Fonte: O Diário de Mogi