quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Alto Tietê: Greve paralisa 70% dos Correios

Os funcionários dos Correios entraram em greve nacional e, pelo menos, 420 dos 600 trabalhadores do setor que atuam no Alto Tietê estão paralisados. O número representa 70% de adesão ao movimento. Os dados foram fornecidos pelo Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios de São Paulo (SINTECT-SP).
A greve começou anteontem e não tem prazo para término.
A paralisação, coordenada pelo sindicato da categoria, reivindica o cumprimento de um Acordo Coletivo firmado em 2019, por meio de arbítrio do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Segundo o sindicato, a direção dos Correios retirou 70 das 79 cláusulas firmadas e cancelou o reajuste salarial.
O acordo trata de uma série de reivindicações negociadas ao longo de décadas pela categoria. A maioria delas é em relação a compensações de salários e outros direitos trabalhistas. Atualmente, a média salarial de um funcionário dos correios é de R$ 1,7 mil. "Não estamos fazendo greve para exigir nenhum aumento salarial ou novo benefício. Queremos apenas a manutenção do Acordo Coletivo que foi julgado pelo TST", declarou Douglas Melo, diretor de comunicação do SINTECT-SP.
Melo informou, ainda, que o corte das cláusulas do acordo por parte da direção dos Correios significa a redução de vários direitos básicos dos trabalhadores como, vale alimentação, licença-maternidade, indenização por morte, pagamentos de adicional noturno e horas extras. "Pedimos o apoio da população, pois nossa causa é justa. Estamos falando da retirada do sustento de nossas famílias em um momento que enfrentamos, na linha de frente, a maior pandemia do último século", disse o diretor de comunicação, informando também que a categoria está sobrecarregada e não consegue dar conta de todo o trabalho sozinha, uma vez que, desde 2011 não são realizadas novas contratações para repor mais de 30 mil vagas.
Os Correios emitiram um posicionamento sobre a greve e informaram que a paralisação dos empregados é parcial - 83% do efetivo total no Brasil está trabalhando regularmente. Sobre as negociações, a empresa informou que nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado e a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa.
Segundo o sindicato que defende os trabalhadores dos Correios, "é sorrateira e lamentável a nota distribuída à imprensa pela direção da empresa sobre a greve da categoria. Ela traz inúmeras inverdades, com a afirmação de que "os Correios não pretendem suprimir direitos", e distorções grotescas da realidade, como a afirmação de que está "resguardando os vencimentos dos empregados".
*Texto supervisionado pelo editor.
 
Fonte:Mogi News