Unidade do Maktub no Mogilar funcionava há pelo menos 15 anos. (Foto: Eisner Soares)LUCAS MELONI
Cartazes de promoção e gôndolas sem produtos repostos dão evidências de que o fim se aproxima. E será nesta quarta-feira (29). Depois de mais de 15 anos em funcionamento, a unidade do Mogilar do Supermercado Maktub fechará as portas. O alto preço do aluguel, que pode chegar ultrapassar os R$ 50 mil, é o motivo alegado para a interrupção das atividades. A crise econômica e o aumento da concorrência neste mercado em Mogi das Cruzes também contribuíram para a decisão tomada pelo grupo. Os 83 funcionários que trabalham no local devem ser distribuídos entre as demais unidades da rede, se eles quiserem.
Pelo mercado localizado na Avenida Francisco Rodrigues Filho, um dos principais endereços do Mogilar, há cartazes que comunicam os preços mais baixos dos produtos. Mercadorias estavam com 50% de desconto. A intenção é comercializá-los (todos) até amanhã.
O supermercado funciona no local há, pelo menos, 15 anos e ocupa o mesmo endereço que, décadas atrás, abrigava o Supermercado Tulha, este já não mais em operação. Depois passou o Real. O primeiro a abrir lá foi o Supermercado Irmãos Marchi (Sim). Pelo que fontes disseram ao jornal, esta família seria proprietária do espaço até hoje.
Segundo Francisco dos Santos, um dos gerentes da unidade do Mogilar, o fechamento está confirmado para quinta-feira. “Quarta deve ser o último dia de abertura do supermercado. O motivo do fechamento é o preço muito caro do aluguel. A loja não deve ser levada para outro ponto, apenas os funcionários que serão transferidos a outras unidades. A crise, de certa forma, nos afetou também, assim como a presença de outros concorrentes”, disse à reportagem. Com o fechamento, a rede passa a contar com seis supermercados, três no Alto Tietê e três no Vale do Paraíba. Em Mogi, a outra unidade fica na Avenida Henrique Eroles, no Alto do Ipiranga, e deve continuar as atividades.
Imobiliárias consultadas pela reportagem estimam aluguel com valores que variam de R$ 30 mil a R$ 50 mil, já que o bairro é um dos cinco metros quadrados (m²) mais caros do Município. O fator crise, contudo, pode ter feito despencar o preço nos últimos anos.
O corretor Márcio Aristeu Jesus faz um levantamento sobre imóveis para locação naquela região da Cidade. Ele diz que o valor pode ultrapassar os R$ 50 mil. “Há um galpão, de três mil m² próximo, que o proprietário pede R$ 40 mil de aluguel. O supermercado é maior e tem as suas particularidades que fazem o preço do ponto subir”, analisou.
Além dos custos elevados de locação e a crise, a concorrência teve peso preponderante no encerramento dos serviços do Maktub do Mogilar. Nos últimos três anos, concorrentes diretos como Shibata e Alabarce ampliaram suas operações na Cidade com novas unidades em César de Souza e Nova Mogilar, respectivamente.
O Diário tentou contato por diversas vezes com o departamento de marketing do Maktub, entretanto, a rede não se pronunciou.
Levantamento do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC/Fipe) registrou queda de 2,73% nas vendas dos supermercados no Estado de São Paulo no acumulado entre janeiro e dezembro de 2016. Dentro dos segmentos do varejo, no entanto, o de supermercado é o que apresentou indicadores um pouco mais satisfatórios e tem previsão de recuperação mais rápida para os próximos meses.
Fonte:O Diário de Mogi
