terça-feira, 29 de novembro de 2016

CIDADES: Conheça a estrutura do Parque da Cidade em Mogi

27 de novembro de 2016  Cidades, QUADRO DESTAQUE  
O Parque da Cidade deve ser inaugurado ainda este ano. (Foto: Edson Martins)
O Parque da Cidade deve ser inaugurado ainda este ano. (Foto: Edson Martins)


DARWIN VALENTE
Um espelho d’água com um chafariz são as primeiras atrações que irão se apresentar ao visitante do futuro Parque da Cidade, logo que ele ingressar na mais nova área de lazer que a Cidade irá receber, às vésperas do Dia de Natal, como um presente simbólico da administração que está deixando o comando de Mogi, após oito anos de governo.

Depois de transpor o portão e ganhar o interior do Parque, após ultrapassar o pequeno lago estilizado cercado por quase três dezenas de palmeiras imperiais, alcança-se, logo à frente, uma área de playgrounds, onde jovens e idosos poderão conviver em harmonia, divertindo-se, cada um de seu lado. Do lado direito, para os mais velhos, estará à disposição uma mega Academia da Terceira Idade, com todo tipo de equipamentos para possibilitar a realização desde alongamentos até exercícios que exijam mais esforço e concentração de quem os pratica. Do outro lado, um parque infantil, com muitas atrações para as crianças. Tudo para possibilitar uma excelente convivência entre avós e netos, idosos e garotos.


Feitos os exercícios, é hora de contemplação. E, para isso, nada melhor que as cores e a beleza das orquídeas produzidas no próprio Município. São originários de Mogi alguns dos mais belos exemplares da flor oferecidos às floriculturas de todo o País.

A princípio, a ideia era instalar ali um borboletário, a exemplo do existente no Museu Catavento, mantido pelo Governo do Estado, em São Paulo. No entanto, o sentimento de mogianidade falou mais alto e os idealizadores do Parque da Cidade acabaram por optar pela exposição das flores especiais que são cultivadas em áreas como a da Serra do Itapeti, em Mogi, de onde saem alguns dos mais exuberantes exemplares de orquídeas, com ajuda da natureza e muita tecnologia.

Passada a fase de contemplação, o negócio é colocar o corpo para se mexer, queimar calorias, perder peso e ganhar saúde. Isso tudo no Pavilhão Esportivo do novo Parque. No espaço, de formato arredondado, haverá salas multiuso para aulas práticas de judô, tênis de mesa, balé e outras danças, todas supervisionadas por monitores especialmente preparados para fazer com que a comunidade possa usufruir de aulas específicas sobre todas aquelas atrações.

Após ultrapassar o setor esportivo, chega-se ao Pavilhão Administrativo do Parque da Cidade, onde estão os sanitários, vestiários e a lanchonete do local.

Um lanche rápido e o visitante estará em plena forma para utilizar as atrações do Complexo de Esportes Coletivos. Ali, ele poderá reunir os amigos para desfrutar dos dois campos de futebol society, os primeiros espaços públicos esportivos da Cidade dotados de grama sintética. Ou então utilizar as duas quadras de vôlei, duas de tênis, ou alguma das três quadras de basquete à disposição dos esportistas.

Após tanto esporte, se ainda tiver fôlego, o visitante poderá caminhar pelas pistas especialmente construídas para este fim, ou para cooper e passeios ciclísticos.


Ali perto, seis conjuntos de bosques, que estão sendo formados com espécies de árvores e flores nativas da Mata Atlântica, vão permitir a continuidade do passeio ou um descanso, à sombra.

Também naquelas redondezas está situado o equipamento que maior polêmica causou durante a fase de implantação do projeto do Parque da Cidade, idealizado pelo arquiteto Ruy Ohtake: a arena cultural, um pequeno palco circundado por arquibancadas em degraus de concreto, onde poderão acontecer pequenos shows ou apresentações de peças teatrais.

Moradores das proximidades do Parque não concordaram com a implantação da arena, temerosos de que ela pudesse provocar barulho e incomodar a vizinhança. Mesmo diante das promessas do prefeito Marco Bertaiolli (PSD) e do arquiteto Ohtake de que isso não irá ocorrer, alguns moradores chegaram a mover uma ação na Justiça solicitando a paralisação das obras. A Justiça negou o pedido de embargo e os trabalhos puderam ter continuidade para serem entregues ainda este ano.

Ao lado da arena, uma grande área destinada ao estacionamento dos veículos de visitantes, com acesso para todos os diferentes setores do Parque.

No total, serão 50 mil m² destinados ao lazer dos mogianos, numa área que pertencia ao Governo Federal e que foi negociada diretamente pelo prefeito Marco Bertaiolli, em Brasília. Mas além desse espaço, existem ainda outros 35 mil m², que eram ocupados pelas dependências do antigo Campestre e que são motivo de demanda judicial entre a diretoria do Clube e a Prefeitura de Mogi, que busca tomar posse da área em troca de débitos relacionados a tributos não quitados. Esta parte já está anexada à área do Parque, mas ainda sem qualquer equipamento, devendo ser utilizada, por enquanto, como estacionamento, ou para passeios e piqueniques.

“O terreno já está incorporado ao Parque, mas por orientação jurídica, não recebeu qualquer equipamento especial. Não há mais possibilidade de a Cidade perder esta área e tão logo seja anunciada a decisão final da Justiça, ela receberá melhorias e será definitivamente anexada ao espaço do Parque, que passará a contar, então, com um espaço de 85 mil m²”, diz o prefeito Marco Bertaiolli.

O novo Parque da Cidade irá dispor ainda de casas para zeladores, que deverão ser ocupadas por guardas municipais, os quais ficarão responsáveis pela segurança dos visitantes e das dependências e equipamentos em geral. O espaço de lazer será totalmente cercado por grades, com portões que ficarão liberados ao público somente durante o período de funcionamento do local, entre 6 e 20 ou 22 horas. O horário de fechamento será definido pela administração do espaço, conforme a presença de visitantes.

A iluminação e bicicletário estão em fase de implantação para estarem em pleno funcionamento a partir da inauguração.

A transformação daquele espaço totalmente degradado em uma área de lazer projetada por um respeitadíssimo arquiteto foi um dos argumentos usados pela atual administração municipal para convencer o Governo Federal a ceder parte da área que lhe pertencia para o Município de Mogi das Cruzes. “Aquilo era um abrigo de marginais, uma verdadeira ‘cracolândia’, frequentada por marginais de toda estirpe, que usavam o espaço para o tráfico e consumo de drogas, a qual irá se transformar num espaço de convivência para os moradores do Alto do Ipiranga, Parque Santanae outras áreas próximas”, diz o prefeito Bertaiolli que, se tudo correr dentro do previsto, pretende entregar o Parque da Cidade à comunidade no dia 23 de dezembro, antevéspera do Natal, simbolizando um presente da administração que irá se encerrar dali a poucos dias para a coletividade mogiana.


Vila Industrial deve receber nova área de lazer
A implantação de um novo parque na Cidade poderá integrar os planos do futuro prefeito, Marcus Melo (PSDB). A área de lazer deverá ocupar um terreno de 123 mil m², maior que o do Parque da Cidade, localizado junto à Vila São Francisco, na Vila Industrial, numa área que foi recuperada recentemente pelo Município, por meio de uma ação judicial contra o proprietário, que se encontrava em condição irregular perante o fisco municipal.

O terreno que dá frente para a Avenida Cavalheiro Nami Jafet e segue até a divisa com o Rio Tietê ocupa uma Área de Proteção Ambiental (APA), onde a legislação em vigor proíbe que seja utilizada de qualquer outra forma que não esteja diretamente relacionada com a sua preservação.

Para transformar o amplo espaço em um parque a parte do terreno mais próxima da Avenida terá de passar por um processo de descontaminação, já que serviu, no passado, como depósito de restos de carvão e limalhas de aço provenientes da antiga siderúrgica fundada pelo Grupo Jafet, da Capital, e que, posteriormente, sofreu intervenção do Governo Federal.

Os restos de materiais siderúrgicos continuam no subsolo e, em determinadas épocas do ano, se incendeiam provocando grande quantidade de fumaça e até chegando a queimar pés e pernas de moradores que se aventuram a caminhar pelo bosque, onde o solo não apresenta consistência suficiente para suportar o peso de uma pessoa. Quando ocorre o afundamento, parte do corpo de quem por ali está passando fica exposta a altíssimas temperaturas que provocam graves queimaduras e outros problemas.

“A única coisa possível de se fazer nesta área, depois de descontaminada, é mesmo um parque”, diz o prefeito Marco Bertaiolli, que continua insistindo junto à Justiça para que a Prefeitura recupere outros 250 mil m² contíguos à área que poderá abrigar um provável parque.

Os espaços que pertenceram à Cosim acabaram como propriedades municipais e foram negociados com prováveis investidores durante o governo do ex-prefeito Machado Teixeira. Apesar das promessas, nenhuma fábrica ou outro empreendimento foi instalado nesses amplos e valorizados espaços, o que levou a Prefeitura a buscar junto à Justiça a retomado dos terrenos. O primeiro deles foi recuperado há pouco tempo. Os demais ainda são alvos de uma demanda que não tem prazo para terminar.

Caso o prefeito eleito Marcus Melo resolva levar adiante a proposta de criação da nova área de lazer da Vila Industrial, a Cidade poderá contabilizar cinco áreas de propriedade municipal, já existindo o Parque Municipal Chiquinho Veríssimo (Serra do Itapeti), Botyra Camorim Gatti (Centro Cívico), Leon Feffer (Braz Cubas) e Centenário (César de Souza). (D.V.)


Fonte: O Diário de Mogi