terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Vereadores de Mogi são contra lixão


Vereadores de Mogi são contra lixão
TER, 12 DE FEVEREIRO DE 2013 00:00
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ALVO Empreiteira Queiroz Galvão pretende implantar aterro sanitário em área do Distrito Industrial do Taboão / Foto Arquivo



Todos os 23 vereadores da Câmara de Mogi são contra a instalação do lixão da Queiroz Galvão, no Distrito Industrial do Taboão. Uma pesquisa realizada por O Diário entre os parlamentares demonstra que eles não estão apenas dispostos a tentar impedir a construção do aterro. Entretanto nem sempre foi assim. Muitos já defenderam a vinda da empreiteira para o Município. Agora, além de se opor ao lixão, eles também querem buscar alternativas para resolver o problema da destinação dos resíduos sólidos produzidos na Cidade.



Para comprovar o interesse em buscar alternativas, a Câmara já informou que vai nomear uma Comissão Especial de Vereadores (CEV), que além de discutir as questões e buscar uma forma de inviabilizar os projetos da empreiteira, também pretende ampliar o debate sobre o tema. Os legisladores estão colhendo assinaturas para iniciar os trabalhos da nova comissão, já a partir desta semana.

O principal articulador da CEV é Olímpio Tomiyama (PSC), um dos que era a favor quando a Queiroz Galvão começou as negociações para se instalar em Mogi, durante a gestão do ex-prefeito Junji Abe (PSD). “Precisamos aprofundar o assunto, buscar pessoas que tenham conhecimento técnico e que possam demonstrar qual a melhor solução de forma clara, sem qualquer tipo de paixão”, argumenta ele.

Uma das propostas é a de convidar a equipe da presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, para vir até a Câmara falar da proposta de instalação de uma usina de incineração de lixo que a estatal pretende implantar no Alto Tietê, por meio de um consórcio envolvendo Mogi, Salesópolis, Biritiba Mirim, Guararema, Arujá e também Suzano. Os vereadores querem conhecer detalhes da proposta, até pelo fato de se tratar de um empreendimento inédito no Estado.

Nas respostas à reportagem, a maioria deles demonstra ainda que está em sintonia fina nos discursos, defendendo os mesmos argumentos. Eles entendem que não se trata apenas de impedir o empreendimento da Queiroz Galvão, que pode transformar o Distrito em um despejo de lixo não apenas de Mogi, mas de toda a Grande São Paulo, causando vários tipos de problemas ambientais para a Região e correndo o risco de espantar a vinda de novas empresas para aquela área considerada nobre, destinada à instalação de indústrias para gerar empregos e riquezas à Cidade.

O líder do PSD na Câmara Municipal, o vereador Antônio Lino, que defende o desenvolvimento industrial do Taboão como sua principal bandeira, é um dos que está discutindo a possibilidade de a Prefeitura entrar com processo de desapropriação da área onde a empresa pretende se instalar. Ele disse que os empresários que já atuam no local estão reivindicando melhorias na estrutura.

“Poderíamos utilizá-lo para instalação de um núcleo público da Administração Municipal, com posto de saúde, creche, posto policial, sede da regional, centro esportivo, agência dos Correios, entre outros serviços que podem ajudar no crescimento do Distrito”, sugere Lino.

Os parlamentares defendem ainda ações mais específicas por parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, como o desenvolvimento de campanhas de orientação entre a população sobre a importância da coleta seletiva, reciclagem e reuso de resíduos. “Temos que buscar uma forma de resolver o problema do lixo que produzimos”, alega o vereador Caio Cunha (PV), que também não acha que o processo de incineração seja a melhor saída. (Silvia Chimello)

Fonte:O Diário de Mogi