terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Mendigos brigam na região central de Mogi


Mendigos brigam na região central de Mogi
TER, 12 DE FEVEREIRO DE 2013 00:00
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Homem aparentemente embriagado e que vinha mexendo com várias pessoas deu início à briga ontem, na Praça Oswaldo Cruz / Foto Eisner Soares


Uma briga entre moradores de rua ontem (11), na Praça Oswaldo Cruz, assustou quem passava pela região central da Cidade. A confusão começou com um homem, aparentemente embriagado e que vinha mexendo com diversas pessoas ainda nas proximidades da Estação Mogi das Cruzes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Ao chegar na praça, o homem completamente descontrolado começou a insultar uma mulher, também moradora de rua, quando o companheiro dela partiu para a violência física.

Após uma série de reportagens publicadas em O Diário sobre a situação dos moradores de rua da Cidade, incluindo a migração de muitos que fogem da Capital para escapar da internação compulsória, cenas como essa se tornaram cada vez mais corriqueiras nas regiões do Largo Bom Jesus e praças Antônio Batalha e Oswaldo Cruz. Estes locais se tornaram pontos preferidos destas pessoas para uso de bebidas alcoólicas e entorpecentes.

Quem mais se sente prejudicado por essa migração dos moradores de rua são os comerciantes da região central de Mogi, já que o comportamento violento desses mendigos afastam os clientes. “Esse povo atrapalha muito e não é pouco não, viu”, conta a comerciante Margarete Rodrigues Rabelo, que sempre vê a equipe da Assistência Social no local, mas não observa melhora. “A perua sempre vem, mas ninguém vai. Se forem dois ou três ainda é muito”.

Para o vendedor de sorvete Sebastião Gonçalves, o número de moradores de rua diminuiu, mas ainda assusta seus clientes. Para ele, não basta internação, é essencial que a família esteja presente no processo de recuperação dessas pessoas. “Tem bastante gente nova, que eu nunca tinha visto por aqui. Mesmo com a Polícia agindo na hora, o tráfico está demais”, completa.

Mesmo com as feiras de artesanato realizadas aos finais de semana na Praça Oswaldo Cruz, quando o local fica repleto de barracas, os mendigos encontram uma forma de continuar por lá. O artesão Diogo Anteno, que trabalha na região há sete anos, está tão descrente de uma possível solução, que acabou se acostumando com a situação. Para ele, que as ações da Prefeitura “apenas espalham o problema”.

Ele diz que o número de novos moradores de rua tem aumentado consideravelmente. “Há duas semanas, um pessoal bem estranho apareceu aqui na Oswaldo Cruz, mas a Polícia chegou junto e tirou”.

Dona de uma banca de jornais no Largo Bom Jesus, Célia Monteiro acredita que só não sofre mais porque conquistou o respeito dos moradores de rua. Mas ainda assim, as brigas que começam depois do uso de drogas reduzem a movimentação dos clientes, que costumam andar mais depressa quando passam por aquela região. “Nunca vi assalto e nem roubo, mas sempre tem gente usando [drogas]. É aí que eles ficam violentos. Há dias em que quase se matam”.

De acordo com Eliana Mangini, da Secretaria Municipal de Assistência Social, ainda não há novidade sobre a força-tarefa realizada em conjunto com as secretarias municipais de Assistência Social, Segurança Pública e Saúde, para encaminhar os moradores de rua que saíram de São Paulo e vieram para Mogi, mas ela garante que as ações foram intensificadas nos últimos dias. (Mylena Perdomo - Especial para O Diário)


Fonte:O Diário de Mogi