sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Movimento organiza protestos contra lixão


Movimento organiza protestos contra lixão
SEX, 08 DE FEVEREIRO DE 2013 01:00
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Em uma das ações, grupo saiu às ruas com caixão / Foto Arquivo


O movimento popular “Aterro, Não. Usina, Sim!” já começa a preparar sua volta às ruas. No passado, as mobilizações públicas foram instrumentos importantes na luta contra a implantação do rechaçado “lixão”, que há exatos 10 anos a empreiteira Queiroz Galvão insiste em instalar em Mogi das Cruzes, no Distrito Industrial do Taboão. Agora, as lideranças prometem reavivar as manifestações públicas e os atos simbólicos de repúdio contra o empreendimento. Na lista de eventos previstos para ocorrer no decorrer dos próximos meses há desde um acampamento de jovens na área onde se pretende construir o projeto até um grande protesto na sede da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, em São Paulo. A intenção é sensibilizar Bruno Covas, secretário do Governo Alckmin, sobre o fato de que os mogianos são contrários ao recebimento do aterro.

O presidente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Guerrilheiros do Itapeti, Mário Berti Filho, informou ontem que o movimento deverá se reunir toda primeira quarta-feira do mês, no auditório da Câmara de Mogi, para manter as mobilizações. O primeiro encontro ocorreu nessa semana e reuniu um total de 60 pessoas, entre autoridades e representantes de entidades da sociedade civil. Na ocasião, foram definidas uma série de estratégias a serem seguidas para tentar suspender a próxima audiência pública e barrar o processo de licenciamento em trâmite na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A partir da próxima reunião, o grupo deverá começar a discutir também as mobilizações públicas. “Não deu tempo ainda de debater esse assunto com todos. Foi apenas a primeira reunião. Mas, da próxima vez, colocarei o tema em pauta”, destacou Berti.

O guerrilheiro, que em ocasiões anteriores chamou a atenção da população com suas ideias pouco convencionais, agora já começa a articular novas ações, não menos radicais. Neste ano, o principal ato de protesto do movimento deverá ser uma manifestação pública, com faixas e cartazes, na porta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, na Capital. No passado, Berti já realizou ato semelhante e levou 12 manifestantes e um caixão para a porta da Pasta. A ação, ainda que tímida, alcançou grande resultado e já provocou certo tumulto no trânsito. Os motoristas que passavam pelo local paravam para verificar o que estava acontecendo. “Dessa vez, faremos nova manifestação, mas vamos levar mais gente. O secretário Bruno Covas está na nossa mira. E o governador Geraldo Alckmin também. Sempre que ele vier à Região, vamos acompanhá-lo e fazer mobilizações pacíficas”, disse o guerrilheiro.

As mobilizações também deverão se concentrar em Mogi das Cruzes. Mário Berti conta que tem discutido o assunto com os membros do núcleo jovem do Partido Comunista Brasileiro (PCB). O grupo já está programando um acampamento na área do empresário Raul Lerário, onde a Queiroz Galvão pretende instalar o aterro. Outras ações mais radicais também estão previstas. “Alguns jovens estão programando se acorrentar nas grades da unidade regional da Cetesb, aqui em Mogi. É um protesto contra a forma como o processo de licenciamento vem sendo tocado. Será que é normal enviar correspondências aos empreendedores avisando que o prazo está vencendo? Eu nunca ouvi falar nisso”, protestou.

Berti também informou que em breve deverá criar uma alegoria que vem chamando de “monstro do lixão”. O bicho, que será confeccionado a partir da zebra que usou em sua campanha eleitoral, será levado às ruas da Cidade para chamar a atenção da população para a luta contra o aterro. (Júlia Guimarães)

Fonte: O Diário de Mogi