sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

"Quadrilátero do pecado" Prostitutas cobram até R$ 10 de "pedágio" de moradores no centro


"Quadrilátero do pecado"
Prostitutas cobram até R$ 10 de "pedágio" de moradores no centro
Após as 22h, as pessoas precisam pagar quantias exigidas pelas garotas de programa para entrar em suas casas
Osvaldo Birke

Durante a noite, o trecho conhecido como quadrilátero do pecado é dominado por prostitutas
"Tem dinheiro? Sei que tem. Então, passa aí. E nada de moedinha não, tem de ser R$ 5 ou R$ 10, porque sabemos que você é dessa região. E não adianta ligar para a polícia". As frases ameaçadoras são ditas frequentemente por garotas de programa em abordagem aos moradores e comerciantes da rua Princesa Isabel de Bragança, na área central da cidade. 
Durante esta semana, a reportagem do Mogi News percorreu trechos da rua e presenciou em três oportunidades a mesma abordagem feita por grupos de até 13 mulheres que costumam se "hospedar" num hotel da rua ou, ainda, mulheres que "fazem companhia" num bar da mesma via. Segundo apurou reportagem do Mogi News, e foi confirmado por moradores daquela região, o chamado pedágio cobrado pelas "garotas" acontece sempre no período da noite, após as 22 horas. 
"É como um toque de recolher. Se você não estiver em casa ou dentro do hotel nesse horário, só entra se pagar a essas garotas", contou um morador da rua, que não quis se identificar. Aliás, o clima é tão tenso naquela região, próximo à estação ferroviária, que, ao primeiro sinal de desentendimento, todas as portas do comércio se fecham. Até mesmo a música alta vinda do interior do bar e que infringe a Lei do Silêncio já não é mais alvo de reclamações na Ouvidoria ou na Central Integrada de Emergências Públicas (Ciemp) da Prefeitura de Mogi. 
Anteontem, por exemplo, uma discussão entre duas mulheres, originada dentro do bar, levou comerciantes e moradores a fechar os imóveis em plena luz do dia, por volta do meio-dia. "O problema não era a briga em si, mas o risco de alguém aqui da região sair machucado, porque uma das mulheres estava armada. Tentamos ligar para o 190, mas ninguém atendeu. Aliás, ronda policial é algo que quase não tem aqui", contou um morador. 
À tarde, um novo desentendimento entre as "hóspedes" do tal hotel parou o trânsito, já que elas estavam no meio da rua. "E é assim todos os dias. Já estou até começando a me acostumar a ficar de janelas e portas fechadas", acrescentou outro morador. 
Policiamento
Em nota, encaminhada pelo Setor de Comunicação do 17º Batalhão da Polícia Militar, o porta-voz da corporação, capitão Rodrigo Fernandes Dourando, prometeu encaminhar a reclamação dos populares à 1ª Companhia da PM, para que possa ser intensificado o policiamento naquela região. "É flagrante o crime de extorsão praticado na denúncia, previsto no artigo 158 do Código Penal com pena de reclusão de um a quatro anos e pode ter a pena aumentada se for praticado por mais de uma pessoa ou com uso de arma, desta forma, o acionamento da Polícia Militar deve ser imediato, pelo 190, que é o telefone de emergência, ou diretamente aos policiais militares, que ficam 24 horas na Base Comunitária de Segurança Centro, na praça Oswaldo Cruz, próximo ao local da reclamação", diz o documento.

Outra medida, segundo o oficial, é fazer uma denúncia anônima por meio do telefone 181, que também funciona 24 horas.

Fonte:Mogi News