terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quadrilátero do pecado Moradores confirmam denúncias sobre pedágio


Quadrilátero do pecado
Moradores confirmam denúncias sobre pedágio
Moradores do "quadrilátero do pecado" afirmam que a cobrança de pedágio existe, e pedem soluções; secretário promete maior fiscalização
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Oswaldo Birke

No quadrilátero do pecado, moradores são obrigados a pagar pedágio para entrar em suas próprias casas
O fechamento de um bar na rua Princesa Isabel de Bragança, na semana passada, pela Secretaria Municipal de Segurança, e várias denúncias feitas por moradores e comerciantes do centro de Mogi sobre a cobrança de "pedágio" por prostitutas que estariam cobrando pelo acesso às casas e estabelecimentos da região, repercutiram intensamente. No último fim de semana, dezenas de telefonemas e e-mails foram feitos à Redação do Mogi News elogiando as medidas adotadas pela Secretaria Municipal de Segurança, que puniu com rigor o estabelecimento comercial que insistia em desafiar a lei do silêncio. Houve, ainda, quem se manifestasse contra as medidas, alegando que as prostitutas oferecem "segurança" a quem está naquela região. 
É o caso da contadora Lúcia Aparecida Guimarães, de 51 anos, que mora há 24 anos na rua Princesa Isabel de Bragança. "De maneira alguma existe cobrança de pedágio", afirma. "Ando na rua, a qualquer horário, sem nenhuma preocupação ou perturbação. Meus filhos voltam de madrugada para casa e nunca presenciaram nada parecido. Essas prostitutas servem, à noite, como guardas noturnos para esta região", acrescentou Lucia. Sobre o fechamento do bar, ao qual a contadora presta serviços, não há, segundo ela, provas de que o estabelecimento excedeu o limite estabelecido pela lei municipal (que é de 70 decibéis). Contudo, os vizinhos dela e o secretário de Segurança, Eli Nepomuceno, afirmam o contrário.

"Tudo que foi relatado na matéria do Mogi News é mais do que verdade", diz Maximo, um imigrante Venezuelano, no e-mail encaminhado à Redação do Mogi News. "Eu, minha esposa e meu irmão já fomos, por mais de uma vez, parados e obrigados a pagar para poder entrar dentro do prédio onde moramos. E o pior, não podemos sair, nem chegar em casa à noite; não podemos deixar o carro parado sequer por um minuto, e também não podemos dormir, pois as prostitutas ficam cantando, berrando a noite inteira e ninguém faz absolutamente nada", reclama. 
Outro morador, Rodrigo Salvieiro, se diz aliviado com a denúncia do pedágio, feita por um vizinho. "Que bom que alguém resolveu denunciar, pois recebemos ameaças constantes, o que dificulta mostrar nossa cara. Eu já liguei várias vezes na prefeitura, na polícia e na ouvidoria, e nunca ninguém resolveu".

Ana Julia, que trabalha num comércio na rua Princesa Isabel de Bragança, se diz envergonhada com o que presencia todos os dias. "Dá medo de verdade", afirma. "Muitas vezes, as garotas de programa não deixam os clientes entrarem, pois sentam na porta, atrapalhando, xingando os outros, se pegando a tapas. Uma vergonha".

Uma outra moradora da rua, de 57 anos, que pediu anonimato, também confirma as denúncias. "É barulho o dia inteiro, bagunça, brigas, a música é tão alta que chega a tremer as janelas de nossas casas. As prostitutas são outra vergonha. Tenho que passar com meus netos e sou vítima de provocações. À noite, mal saímos de casa. Somos reféns do medo". 

Fonte:Mogi News