DenúnciaPaciente com câncer reclama de atendimento
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Erick Paiatto
Gildir é esposa de Joaquim Silva, que está com câncer
Há pelo menos dois meses, o aposentado Joaquim Oliveira Silva, de 54 anos, convive com um dilema: conseguir um hospital público que lhe ofereça um tratamento de câncer digno ou permanecer internado na Santa Casa de Mogi das Cruzes, tomando medicamentos que possam minimizar temporariamente as fortes dores na coluna, já afetada por um tumor.
Contudo, a resposta a esse dilema não depende exclusivamente dele ou de sua família. A decisão, segundo parentes e amigos, está nas mãos da direção da Santa Casa e da superintendência do Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, até então, referência em Mogi e região no tratamento de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tanto para atendimento emergencial quanto para ambulatório e cirurgia.
"Há um jogo de empurra entre os hospitais: o Luzia não quer receber por transferência, pois alega que ele (Joaquim) precisa da realização de uma biópsia; e a Santa Casa, que não tem atendimento ou especialista em Oncologia, não tem condições de fazer este serviço. Enquanto isso, ele está lá, na cama, reclamando de dores. Estamos desesperados", contou a doméstica Gildir Sil-va Oliveira, de 36 anos, esposa do paciente.
Segundo ela, Joaquim já realizava tratamento no Luzia de Pinho Melo antes de ser atendido na Santa Casa. "Contudo, ele recebeu alta e não sabíamos que a doença já tinha se alastrado para a coluna", contou.
Entre as opções apresentadas pela direção da Santa Casa, segundo ela, estava a transferência de Joaquim para o Hospital Dr. Arnando Pezzutti Cavalcante, no distrito e Jundiapeba. "O problema é que lá o tratamento é para pacientes crônicos e não existe Oncologia", reclamou Gildir.
Não é de hoje que o serviço público de saúde, em especial no Luzia de Pinho Melo, enfrenta problemas de atendimento e várias denúncias de erro médico ou de alta para pacientes com câncer que necessitavam de atendimento foram feitas por pacientes e parentes.
O MN procurou a direção da Santa Casa e também do Luzia de Pinho Melo para esclarecer o motivo da demora na transferência do paciente. No fim da tarde de ontem, Assessoria de Imprensa da filantrópica prometeu dar uma resposta sobre o assunto hoje. Já a Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que não recebeu nenhum pedido de transferência do paciente em questão e que está à disposição da Santa Casa para o que for necessário.
Fonte:Mogi News
