sábado, 18 de agosto de 2012

Desperdício: Mogi perde 50% de toda água produzida


Desperdício
Mogi perde 50% de toda água produzida
O Semae recebe uma média de 70 notificações de vazamentos por dia, mas existem muitos mais, além de ligações clandestinas e outros problemas
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
Apesar da excelência no tratamento, metade da água potável se perde por causa de constantes vazamentos e ligações clandestinas
Dos 900 litros de água produzidos a cada segundo pelas Estações de Tratamento de Água (ETA) da cidade, metade, isto é, 450 litros por segundo, ou até um pouco mais do que isso, deixa de chegar às torneiras dos mogianos ou não são faturadas pelo Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae). É o chamado índice de perda, que na cidade hoje gira em torno de 50% e é considerado um dos mais altos do Estado de São Paulo pelo Instituto Trata Brasil, que mede o saneamento básico em todo país.

A direção do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) admite o alto índice e atribui a perda a uma série de fatores: vazamentos (principal), ligações clandestinas, os "gatos", fraudes em hidrômetros, entre outros. 
"A cada dia, recebemos notificações de uma média de 70 vazamentos de água, mas sabemos que existem muitos outros vazamentos que não são visíveis, mas são percebidos na baixa pressão da água ou na contabilid ade final: do que foi fornecido e o que foi pago pelo usuário. De um modo ou de outro, isso precisa ser mudado", explanou o diretor-geral do Semae, Marcus Melo, que evitou detalhar os valores de faturamento da autarquia ou do "rombo" aos cofres municipais em razão da "perda de água".

Contudo, ele prometeu que no decorrer dos próximos anos, várias ações devem ser realizadas para reduzir este índice em até 20%. Entre as medidas, está a modernização e ampliação das redes, troca de hidrômetros, entre outros.

"Precisamos, e já começamos, a atuar em diversas frentes de combate como, por exemplo, a capacitação de funcionários e a aquisição de mais equipamentos para auxiliar na identificação (geofonamento) e combate aos vazamentos, como também na modernização do serviço de medição da água distribuída. Além disso, há a questão das ligações clandestinas, ou atos fraudulentos que dificultam a leitura da água, troca de equipamentos ou redes, que por sua vez também diminuem a pressão da água em determinados bairros da cidade", justifica Melo. "Se fôssemos fazer todos os serviços de uma vez, gastaríamos em torno de R$ 40 milhões, o que é muito caro", completa. "Acredito que dentro dos próximos oito meses (até março de 2013) seja possível reduzir o índice de perda em até 20%, de maneira gradativa", projeta do diretor do Semae.

Dentre as ações que podem tornar a meta possível está a realização de serviços de macromedição que, na prática, se traduz na ampliação do número de equipamentos (uma espécie de hidrômetro gigante) que mensuram de maneira mais precisa o fornecimento de água em um determinado bairro ou condomínio. Atualmente, existem 23 bairros com macromedidores.

Outro investimento, que já foi feito pela autarquia, é a substituição de hidrômetros. "A idade média dos 102 mil hidrômetros da cidade chega a 15 anos, com casos pontuais de equipamentos funcionando há 25 ou mesmo 30 anos de forma ininterrupta. Como comparação, na Sabesp a idade média dos hidrômetros é de 4 anos. Foram substituídos 25 hidrômetros (os mais antigos), o que reduziu a idade média da rede mogiana para 8 anos", justificou o diretor do Semae.

Fonte:Mogi News