terça-feira, 5 de junho de 2012

Serra recebe apoio do PR e ganha mais 1min30s no horário eleitoral


Serra discursa em evento em qual recebeu o apoio do PR (Karime Xavier/ Folhapress)04/06/2012 - 17h57

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PAULO GAMA
DE SÃO PAULO


Atualizado às 18h50.


Em um evento que durou menos de 30 minutos, o pré-candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, recebeu nesta segunda-feira (4) o apoio formal do PR à sua candidatura.


A aliança agrega ao tucano cerca de 1min30s em cada bloco de 30 minutos no horário político na TV, que começa em agosto. Além do PR, o PSDB já tem apoio de PV, PSD e DEM.


Aliado ao PT no plano federal, o PR também era cobiçado pela candidatura de Fernando Haddad, mas se recusou a apoiar o petista.


O desgaste do PR com o PT intensificou-se a partir de novembro do ano passado, quando o senador Alfredo Nascimento deixou o Ministério dos Transportes sob suspeitas de corrupção.


Questionado se o apoio de Nascimento e do deputado Valdemar Costa --réu na ação do mensalão-- seria um incômodo, Serra disse estar fazendo "aliança com partido, não com pessoas".


"Se for proibido para partidos que têm pessoas que estão no processo, o PT não poderia nem disputar eleição, porque ele que coordenou e que comandou a organização desse chamado mensalão."


Costa Neto não participou do evento.


Serra elencou três motivos para a aliança com o PR: "Seus cinco candidatos fortes [a vereador] que têm voto", "o tempo de TV" e "uma bancada de peso" na Câmara Municipal.


Para Serra, "a questão não é ideológica". "A questão é programa de governo e estilo de governar. Quem vem para minha campanha adere ao meu estilo de governar"


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também discursou, mas saiu antes de o evento terminar. O prefeito Gilberto Kassab (PSD), que apoia Serra, também saiu sem dar entrevistas.


MATEMÁTICA


Segundo o presidente estadual do PR, José Tadeu Candelária, dois fatores foram decisivos para que o partido decidisse apoiar o candidato tucano na disputa.


"O PR está olhando não apenas para a eleição de 2012, mas para seu futuro. Em 2014, queremos aumentar nossas bancadas de deputados estaduais e federais em São Paulo. E o PSDB se colocou disposto a nos ajudar nisso. É um acordo para agora e para as próximas eleições", afirmou.


Outro ponto que pesou na escolha do PR, segundo seu presidente estadual, foi o acerto para que o PR e os tucanos estejam juntos em uma chapa proporcional para as candidaturas a vereador. "É matemática pura aí. Hoje temos cinco vereadores eleitos. Queremos chegar a sete na próxima eleição. Unir as chapas será bom para nós e para o PSDB", afirmou.


A única dúvida, porém, é saber se a participação do PSD, partido do prefeito Gilberto Kassab, nesta chapa proporcional traria mais benefícios ou prejuízos às siglas em questão. "Vamos calcular com cuidado e ver o que é melhor para todos os envolvidos", afirmou.


Pré-candidato do PT à sucessão paulistana, Fernando Haddad não fechou aliança com nenhum partido até o momento.


RODOANEL


Sobre as declarações do ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Antonio Pagot, em que acusa o PSDB de usar o governo de São Paulo para bancar a campanha de Serra à Presidência em 2010, o tucano afirmou que são "um absurdo completo".


"Não aconteceu nada do que ele diz baseado numa coisa que ouviu num restaurante, sem nome, anônimo. Vamos entrar na Justiça para que isso seja esclarecido."


Fonte:Folha.com