quarta-feira, 6 de junho de 2012

Fauna e flora Parque conta com até 712 espécies


É o que revela estudo detalhado realizado nos últimos meses pelo Instituto Ecofuturo para a Prefeitura de Mogi
Noemia Alves
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Prefeito assinou decreto ontem; Plano de Manejo estabelece metas a serem cumpridas e determina como o parque pode ser utilizado
O Parque Natural Municipal Francisco Affonso de Mello, o Chiquinho Veríssimo, abriga hoje pelo menos 712 espécies de fauna e flora silvestres. O volume de animais e vegetação nativa na Serra do Itapeti é 73,65% superior aos 410 tipos de animais e vegetação catalogados em 1995, quando foi elaborado o primeiro plano de manejo do local.


Os novos dados são resultado de um estudo mais detalhado realizado pelo Instituto Ecofuturo sob encomenda da Prefeitura de Mogi para avaliação dos cerca de 352 mil metros quadrados de Mata Atlântica existentes naquela região da cidade. Na lista de espécies identificadas no parque municipal estão mamíferos, aves, anfíbios e peixes nativos, e, também, outras espécies endêmicas e exóticas. 
É o caso da rã-touro, anfíbio grande, originário da América do Norte, que tem até 20 centímetros de comprimento e peso de 1.500 gramas e que por vezes ameaça de extinção outras espécies que são nativas. "É uma espécie invasora e extremamente prejudicial à convivência de outros animais daqui no parque. A rã-touro é carnívora e consome quase tudo o que esteja ao alcance da sua boca: insetos, mamíferos pequenos (ratos), peixes, pássaros, serpentes e também outras rãs", alertou Paulo Groke, diretor de Meio Ambiente do Instituto Ecofuturo.


A análise de comportamento e controle para evitar a proliferação desta e outras espécies exóticas, resultado da interferência humana na Serra do Itapeti, é um das metas a serem cumpridas pela administração municipal dentro da revisão do Plano de Manejo, que desde ontem passou a ser regulamentada por meio do decreto 12.500/12, assinado pelo prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD). 
O plano estabelece ainda a demarcação do parque municipal em três tipos de zona para garantir seu equilíbrio ambiental: zona primitiva (onde nada pode ser mexido), de uso extensivo (pode ser utilizada por trilhas, mas sem qualquer edificação) e zona de uso intensivo (onde há edificações). "Na prática estamos estabelecendo algumas regras para garantir a biodiversidade do parque e seu equilíbrio dentro de um prazo de três a cinco anos", reforçou Groke. 
O prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), que coordenou a solenidade de assinatura do decreto, regulamentando o plano de manejo do parque municipal, voltou a reforçar que o espaço permanecerá com visitas monitoradas e atividades de educação ambiental. 
"O parque municipal deixa de ter a vocação de uma unidade para recreação e passa a ser, oficialmente, um espaço para fins de contemplação e educação ambiental. Durante a semana, ele poderá ser visitado por alunos do período integral, como complemento às atividades educativas, e nos fins de semana, com visitas pré-agendadas e acompanhamento de um monitor", frisou. 
As visitas monitoradas podem ser agendadas pelo e-mail visitamonitorada@pmmc.com.br ou pelo telefone 4790-3529. O número de vagas é limitado a 35 por dia, aos sábados e domingos, conforme determinado pelo Plano de Manejo. De acordo com balanço da Prefeitura, desde novembro do ano passado, quando o parque passou a ser reaberto para visitas, 423 pessoas visitaram o Chiquinho Veríssimo aos fins de semana. Pelo projeto de educação ambiental já passaram por aquela região 5.600 alunos e, até o fim do ano, a expectativa é de que esse número aumente para 5.800.


Fonte:Mogi News