quarta-feira, 30 de maio de 2012

Audiência pública discute projeto


                                                                       

Reunião CDU (12).JPGJunji consegue aval da Comissão de Desenvolvimento Urbano para ampliar debate da proposta que permite transformar condomínios em pessoa jurídica, aumentando despesas dos moradores 

O deputado federal Junji Abe (PSD-SP) conseguiu nesta quarta-feira (30/05/2012) um importante avanço na sua batalha para evitar a exclusão da sociedade na discussão do projeto de Lei (80/2011) que permite aos condomínios a aquisição de personalidade jurídica. A CDU – Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara aprovou requerimento (88/2012), de autoria dele, para realização de audiência pública com o objetivo de debater a proposta que, no entendimento do parlamentar, ameaça penalizar os condôminos, especialmente os moradores de baixa renda, com o aumento de despesas decorrente da transformação.
Na semana passada (23/05), Junji havia conseguido retirar da pauta da CDU o projeto, já contemplado com parecer favorável do relator. Na ocasião, o deputado apresentara o requerimento de audiência pública alegando que “a sociedade tem o direito de participar da análise” da proposta. Ele entende que a eventual aprovação da matéria sacrificará a população de baixa renda.
Na avaliação de Junji, a possibilidade de transformação de edifícios em pessoas jurídicas afetará, por exemplo, moradores de condomínios da CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano e das moradias do Programa Minha Casa Minha Vida. “Eles passariam a ter de pagar taxas de condomínio bem maiores que as atuais”, justificou.
Com a aprovação do pedido de audiência pública, o projeto ficará fora da pauta da CDU até que a discussão seja concretizada. A data ainda não foi agendada. No requerimento avalizado pela comissão, Junji pediu que o debate tenha a participação de representantes da CNC – Confederação Nacional do Comércio e do Secovi/SP – Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo. Ambas as instituições já manifestaram apreensão com a eventual transformação do projeto em lei.
Com a realização da audiência pública, Junji espera mudar o voto favorável do relator da CDU, deputado Arthur Bruno (PT-CE), ao projeto de autoria do deputado Bernardo Santana (PR-MG). A proposição acrescenta dispositivo à Lei nº 6.015 de 31 de dezembro de 1973, e que dispõe sobre Registros Públicos e à Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código Civil, conferindo aos condomínios edilícios a oportunidade de se constituírem como pessoas jurídicas.
Segundo Junji, a personalidade jurídica obrigará, por exemplo, o registro em cartório de documentos, como atas e demonstrativos contendo movimentação financeira. “É documentação com finalidade interna e sem necessidade de publicidade. Mas, como pessoa jurídica, o condomínio será obrigado a ter custos cartoriais e recolher Imposto de Renda, entre outros, repassando as despesas aos condôminos”, exemplificou, acrescentando que os ônus atingirão ocupantes de condomínios residenciais e comerciais do País, podendo ser “mortais para moradores de baixa renda”.
O deputado tem uma preocupação extra com a forma de tramitação do projeto, que  está sujeito à apreciação conclusiva pelas comissões. Primeiro, pela CDU – onde Junji conseguiu viabilizar a audiência pública, e depois, pela de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se receber aval unânime em ambas, ganha aprovação sem necessidade de votação em plenário.


Fonte:Mel Tominaga