domingo, 27 de maio de 2012

Acessibilidade 98,48% das ruas não têm rampas


Segundo levantamento feito pelo IBGE, cadeirantes têm dificuldade de se locomover em Mogi das Cruzes
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Apenas 1,52% das calçadas de Mogi das Cruzes possuem rampa para acesso de cadeirantes
O habitante com deficiência ou mobilidade reduzida pode circular em um número limitadíssimo de locais adequados para facilitar seu acesso. E isso começa da porta de casa para rua, segundo mostra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que revelou que em apenas 1,52% dos domicílios de Mogi das Cruzes, os moradores encontram rampas para cadeirantes nas proximidades da residência. A situação é a mesma que acontece no Alto Tietê, onde o índice de acessibilidade também é quase nulo. E além de não haver acessibilidade, em 16,45% dos imóveis não existem calçadas no entorno, o que dificulta ainda mais a circulação. Levando em consideração que 27% dos habitantes de Mogi declararam ao Censo ter algum tipo de deficiência, e que este índice sobe para 32% se consideradas as demais cidades da região, o cenário é preocupante. 
Em Mogi das Cruzes, a frota de ônibus no transporte público é 100% adaptada para cadeirantes. Mas o caminho até o ponto é que pode se tornar o problema. Pelo menos em 104.750 domicílios de Mogi, não há rampas de acesso para cadeirantes no entorno e isso afeta 346.911 habitantes, sendo 106.529 deles, com algum tipo de deficiência. 
O Censo 2010 mostra que a falta de acessibilidade atinge 1,3 milhão de habitantes do Alto Tietê, distribuídos em 314.071 imóveis que foram identificados nestas condições. 
Em oito cidades da região, a ausência de rampas para cadeirantes nas ruas fica entre 98 e 98,86% do total de domicílios. É o caso de Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Suzano e Santa Isabel. (Confira detalhes no quadro)
Em Biritiba Mirim, a ausência de rampas é de quase 100%, e atinge 19.121 habitanes. Guararema tem o menor índice, 92% dos domicílios. No entanto, 39% dos domicílios não possuem calçadas nas proximidades. A falta deste tipo de estrutura, afeta diretamente 8.615 habitantes de áreas urbanas no município. 
Segundo o presidente da Associação Nacional das Pessoas com Necessidades Especiais e Idosos (Anpei), Sebastião José Agostinho, o cenário é preocupante, pois a falta de estrutura física para tender as pessoas com mobilidade reduzida, causa reflexos, como a exclusão destes habitantes do convívio social diário. 
"Sem ter condições estruturais para sair de casa, a pessoa com deficiência física, que necessita de uma cadeira de rodas, por exemplo, acaba se isolando dentro de casa. Os ônibus passaram a ter elevadores para cadeirantes, mas a informação que chega na associação é de que sempre estão quebrados, ou que os motoristas das empresas não param nos pontos para levar estas pessoas, porque não recebem um preparo pra isso", disse.


Deficiência
Segundo apontou o levantamento do IBGE, a segunda deficiência que mais aparece no cenário regional é a motora com 13,6% da população, sendo que outros 5,3% disseram ter grande dificuldade de locomoção, como caminhar ou subir escadas, por exemplo. 


Fonte:Mogi News