domingo, 15 de abril de 2012

PT usará CPI para atacar oposição




SUSPEITA Agnelo (E) é chamado de 01 pelos integrantes do esquema do empresário Carlinhos Cachoeira 
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira nem sequer foi criada e parte do PT já começou a traçar a estratégia para defender seus companheiros de partido e atacar a oposição. A tática petista foi evidenciada ontem pelo líder do partido na Câmara, Jilmar Tatto (SP), que saiu em defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, chamado de 01 pelos integrantes do esquema do empresário do jogo, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo Tatto, o PT não vai permitir que Agnelo seja "cristianizado" em virtude da disputa política.


"Eu acredito na honestidade do governador Agnelo. Eu acredito no governador do PT e não acredito no governador do PSDB. O governador Perillo, esse sim, tem coisa contra ele", afirmou Tatto. Integrantes do governo tucano de Goiás, comandado por Marconi Perillo, fariam parte do esquema de Cachoeira, de acordo com investigação da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.


"Ninguém tem compromisso com o malfeito. Se o agente público cometeu ilicitudes vai ter de pagar e isso serve para todos. Eu acredito no comportamento e na postura corretos do nosso governador. Nós não vamos aceitar que ele (Agnelo) seja cristianizado na disputa política", completou.


Na avaliação de Tatto, as duas operações da PF, a Vegas e a Monte Carlo, pegam, principalmente políticos do DEM e do PSDB e, por isso, parlamentares dos dois partidos querem desviar o foco para o governador do DF e para o caso Waldomiro Diniz.


"A oposição está ferida e sangrando, porque construiu um discurso moralista que se voltou contra ela. As investigações pegam fortemente a oposição, o senador Demóstenes Torres e o governador Marconi Perillo, do PSDB. A oposição está preocupada", afirmou o petista.


Apesar de ser irreversível a criação da CPI, parte da base aliada está divida e insatisfeita com o funcionamento da comissão. Os peemedebistas, em sua maioria, estão certos de que a CPI será "um tiro no pé" do governo. A avaliação é que o governo Dilma Rousseff desfrutava de uma situação confortável no Congresso. Agora com a CPI, o governo sairá da rotina e será obrigado a administrar uma situação política tumultuada por denúncias que poderão atingir os aliados.


As lideranças partidárias começaram a recolher ontem as assinaturas para a criação da CPI, que será mista, composta de deputados e senadores. A expectativa é apresentar o requerimento com as assinaturas - são necessárias 171de deputados e 27 de senadores, no mínimo - na próxima terça-feira.


O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reafirmou ontem que irá determinar a criação da CPI e sua consequente instalação, tão logo receba o requerimento.


A presidência da CPI ficará nas mãos de um senador peemedebista. O mais contado para o cargo é Vital do Rego (PB). Já a relatoria da comissão caberá ao PT da Câmara. A estratégia dos partidos é indicar para a CPI parlamentares aguerridos. A proposta é que a CPI Mista seja composta por 15 deputados e 15 senadores titulares.


Fonte:O Diário de Mogi