domingo, 18 de março de 2012


Tragédia em Bertioga
Família luta contra a impunidade
O plano inicial de parentes era fazer um manifesto hoje na praia de Guaratuba, mas a família acabou desistindo
Deize Batinga
Da Reportagem Local
Erick Paiatto
 
Gilson e Cirleide, pais da menina morta, e toda a família temem que o caso acabe sem punição
Um mês após a morte da menina Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, atingida por um jet ski na praia de Guaratuba, em Bertioga, familiares pedem para que o caso não caia no esquecimento nem fique impune. Parentes e amigos chegaram a pensar em fazer um ato público na praia de Guaratuba, hoje, quando o caso completa um mês, mas devido ao estado emocional dos pais da vítima, Cirleide Rodrigues de Lames e Gilson Almeida da Silva, nada deve ser feito.


"Eles precisam de acompanhamento psicológico, por isso vamos levá-los para uma clínica de repouso", explicou o irmão de Cirleide, o professor universitário Edilei Rodrigues de Lames, 28. Ele tem acompanhado todo o trabalho dos advogados José Beraldo e Willian Amanajás, que representam a família, que mora em Arthur Nogueira, no interior de São Paulo, e torce para que esse fato trágico não fique impune. "Queremos uma apuração limpa. O que nos interessa é saber o que aconteceu e quem são os culpados".


No início da semana que passou, o delegado seccional de Santos, Rony da Silva Oliveira, ouviu o depoimento do estudante de 14 anos que acompanhava o adolescente de 13 anos, acusado de pilotar o jet ski do padrinho, o empresário José Augusto Cardoso Filho, o Zé Cardoso. Na ocasião, ele reforçou que quem autorizou eles a pegarem o veículo foi o empresário e que o caseiro da residência, Erivaldo Francisco de Moura, teria abastecido a moto aquática e a levado até o mar.


Esse depoimento era o mais esperado e desmentiu a versão apresentada dias antes pelo empresário e sua esposa, Ana Júlia de Campos Cardoso. O casal tinha dito à polícia que os adolescentes haviam pegado o veículo escondido.


O estudante contou ainda que a chave de ignição do jet ski estava com o afilhado do empresário. E que, apesar de haver uma pulseira na chave, o adolescente não a teria prendido ao pulso. "São muitas as divergências nos depoimentos. Se houve um erro, ele precisa ser compensado de alguma forma. Infelizmente, no Brasil, as leis parecem ser feitas apenas para os pobres", lamentou Lames. (D.B.)


Fonte:Mogi News\