sábado, 24 de março de 2012

Ampliação do Luzia é alternativa



Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo
DANILO SANS
A ampliação do Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo seria uma das saídas para o estrangulamento dos serviços de saúde do Alto Tietê, de acordo com médicos e políticos da Região. A reestruturação do equipamento do Estado desafogaria, ainda, a demanda que nesta semana superlotou a Santa Casa de Mogi das Cruzes, outra unidade de referência em atendimentos de ortopedia e obstetrícia. O projeto inicial do Luzia previa a construção de um prédio de oito andares, no entanto, só saíram do papel os dois primeiros pavimentos.


O deputado estadual André do Prado (PR), da Frente Parlamentar do Alto Tietê, que investigou há pouco tempo o caos da saúde regional, fala que essa ampliação é urgente. "Já estamos reivindicando isso, até mesmo para acomodar melhor o que hoje existe lá. Faltam leitos. As pessoas não podem continuar sendo atendidas no corredor", fala o deputado, citando o relatório elaborado pela comissão no final do ano passado sobre a situação dos hospitais da Região. "É preciso aumentar a oferta para internação, por exemplo. As santas casas, o Luzia de Pinho Melo e o Santa Marcelina já estão lotados", aponta.


O vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Filho (PSB), o Chico Bezerra, já havia denunciado o problema instalado na Santa Casa, onde atua como médico, por conta de pacientes encaminhados principalmente pelo Hospital Santa Marcelina, de Itaquaquecetuba, que também estaria com escassez de vagas.


O vereador conta que acompanha a trajetória do Luzia desde sua instalação, quando o prédio ainda servia ao Campus de Saúde da Universidade de Mogi das Cruzes (veja mais nesta página). "O projeto previa um prédio de oito andares. Posteriormente, o Estado comprou e a construção ficou com apenas dois. Ele é um hospital grande, mas por ser um serviço regional, está mais do que na hora de uma ampliação", afirma.


Também compondo a Frente Parlamentar do Alto Tietê, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (PPS) fala que o serviço de saúde da Região está muito aquém de suas necessidades. "O Hospital de Itaquaquecetuba (Santa Marcelina) não está atendendo de portas abertas, só recebe um número limitado de pacientes. O de Ferraz de Vasconcelos (Doutor Osires Florindo Coelho) está com falta de médicos. O Doutor Arnaldo Pezzuti Cavalcante (em Jundiapeba) está em greve. As santas casas de Mogi, Suzano e Santa Isabel estão superlotadas. Toda a atenção acaba se voltando ao Luzia, onde as filas dão volta nos corredores", denuncia, comentando que o término da construção do hospital seria "uma alternativa muito boa".


O coloproctologista Carlos Mateus Rotta diz que havia feito um projeto para construção de mais um pavimento no hospital, no final da década de 1990, quando era diretor clínico da unidade. "Nós tentávamos obter mais um andar, já que a estrutura do prédio suporta. Na época, pensou-se em levar a obstetrícia para lá, mas, como a Santa Casa já prestava esse serviço, foi constatado que os gastos não seriam necessários", lembra.


O médico, no entanto, antes de defender o aumento da estrutura do prédio, diz que as cidades da Região deveriam estruturar melhor seu atendimento básico e criar mais unidades do Programa Saúde da Família. "Cerca de 80% da demanda atendida nos grandes hospitais poderiam ser resolvidas nas unidades básicas. Isso melhoraria a qualidade, já que a carga de atendimento diminuiria. A Região deveria conversar e ver como esse atendimento será feito, pois a Santa Casa recebe tudo e acaba ficando sobrecarregada", pontua.


Em resposta, a Secretaria de Estado da Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que não há previsão para a ampliação de leitos no Luzia de Pinho Melo. A Pasta fala ainda que desconhece qualquer projeto estrutural que comporte a construção de mais pavimentos na unidade.


Contrariando o que argumenta a direção da Santa Casa, o Estado nega que o Hospital Santa Marcelina esteja encaminhando pacientes para a unidade mogiana. "O Hospital segue a diretriz da Secretaria e, no caso de movimento atípico, aciona a central de regulação de vagas estadual", conclui.


Fonte:O Diária de Mogi