terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Exército cerca os PMs grevistas



força Soldados do Exército fazem a segurança da área em torno da Assembleia Legislativa da Bahia


SALVADOR
Os cerca de 300 policiais militares que acampam na Assembleia Legislativa com os familiares desde a terça-feira, quando teve início a paralisação parcial da PM na Bahia, estão cercados, desde a manhã de ontem, por cordões de isolamento formados por militares do Exército ao redor do prédio. Até o fim da tarde, houve três pequenos confrontos entre as partes, quando foram lançadas bombas de efeito moral e disparados tiros com balas de borracha.


Seis pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade. Entre elas, está um cinegrafista da Rede Bandeirantes, que sofreu sangramento nasal depois de uma bomba de efeito moral explodir a menos de dois metros dele, e um fotógrafo da Secretaria de Comunicação do Governo, atingido com uma bala de borracha no braço. Uma mulher grávida de 4 meses passou mal.


O cerco teve início na noite de anteontem, com os cortes no fornecimento de energia elétrica e de água para o prédio. Equipes do Exército, em carros e helicópteros, monitoravam a área. Os policiais grevistas, armados, foram divididos em equipes para vigiar a movimentação nos arredores e ficaram de prontidão durante toda a madrugada para uma eventual invasão do Exército no local.


Por volta das 5 horas, os grevistas afastaram os profissionais de imprensa que estavam no local e iniciaram a movimentação para tentar bloquear o acesso principal ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde está a Assembleia. A movimentação foi a justificativa para a entrada de 600 integrantes das tropas do Exército no local, por volta das 6 horas.


O primeiro conflito ocorreu às 7h30, quando um grupo, que tentava levar mantimentos aos amotinados, foi impedido pelas forças federais. Houve revolta por parte do grupo, que dizia ser de familiares dos grevistas. Balas de borracha foram disparadas contra o chão - uma delas atingiu o pé de um integrante do grupo.


Ao longo da manhã, mais militares chegaram ao local - ao fim, havia 1.050 homens do Exército nos arredores da Assembleia. Um grupo de 20 homens do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (PF) também foi ao local, na tentativa de cumprir os 11 mandados de prisão expedidos pela Justiça baiana contra os líderes grevistas que continuam em aberto.


Segundo o comando da greve, porém, nove dos foragidos deixaram a Assembleia ainda na noite de anteontem. Eles teriam viajado para o interior durante a madrugada.


Cerca de 500 policiais simpatizantes do movimento grevista também chegaram ao local e foram impedidos de entrar na Assembleia. A chegada de mais PMs paralisados forçou o Exército a fazer um segundo cordão de isolamento em volta do prédio, englobando os novos manifestantes e a imprensa, e a fechar as entradas do CAB.


Usando um carro de som, o principal líder grevista, o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, insuflava os grevistas, dentro e fora da Assembleia, a resistir. Por volta das 9 horas, um policial amotinado na Assembleia saiu da primeira área de isolamento e tentou retornar. Foi impedido pelas tropas, o que gerou o segundo confronto.


Fonte:O Diário de Mogi