sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ecopontos ainda geram dúvidas



jardim armênia Ecoponto tem caçamba para entulho, mas Kawashima não conseguiu fazer descarte


DANILO SANS
O descarte de materiais nos ecopontos ainda gera dúvidas entre os mogianos. Os equipamentos, criados pela Prefeitura para evitar o despejo irregular em vias públicas, rios e terrenos baldios recebem juntos uma média de uma tonelada de resíduos por dia, no entanto, sua utilização até agora não ficou clara para quem precisa do serviço.


O comerciante Nelson Kawashima, de 52 anos, diz que foi até a unidade do Jardim Armênia, há duas semanas, para levar alguns materiais retirados de uma reforma feita em casa, quando foi impedido por um funcionário do local de realizar o descarte. "Eles (a Prefeitura) sempre divulgam que os ecopontos recebem este tipo de material, mas é mentira", rebate o comerciante, que no dia encheu o carro com restos de manta térmica, fios de eletricidade, cabos diversos e uma bobina de madeira. Kawashima ainda cita uma carta publicada ontem em O Diário pela Coordenadoria Municipal de Comunicação da Prefeitura: "Eles não deveriam dizer que os ecopontos recebem restos de construção civil, já que eu fiz uma viagem perdida com este tipo de material". A carta havia sido enviada pela Prefeitura justamente em resposta a um outro leitor, Cristiano Crisóstomo da Silva, que destacou a falta de alternativa pública para o descarte de restos de concreto e alvenaria.


"Para minha surpresa, o rapaz que estava no local me disse que só recebe pneus, vidros, plásticos e outras coisas que eu sei que a coleta seletiva já retira nos bairros. Se for assim, para que serve então o ecoponto?", questiona Kawashima.


Indignado com a recusa, o comerciante seguiu até a Secretaria de Serviços Urbanos, onde foi informado que poderia despejar os resíduos diretamente no centro de triagem da concessionária CS Brasil, na Vila São Francisco, onde os objetos foram aceitos.


A reportagem de O Diário ao ecoponto do Jardim Armênia e confirmou que no local há uma caçamba destinada aos resíduos de construção civil. No entanto, quase todo material se trata de alvenaria e azulejos.


A advogada Natali Yumi, de 26 anos, que estava no local para descartar cinco pneus velhos, elogiou o serviço, mas fez algumas ressalvas: "As instalações e o atendimento são ótimos, mas acho que deveria ser mais divulgado. A gente acaba juntando em casa diversos tipos de materiais apenas por não saber como dar um destino". Natali diz que só ficou sabendo do ecoponto por indicação de um borracheiro e que os pneus estariam sendo levados também ao centro de triagem.


A secretária municipal do Verde e Meio Ambiente, Maria Inês Soares Costa Neves, esclarece que os ecopontos são locais para entrega voluntária de garrafas, latas, embalagens plásticas, papeis, papelões, vidros e outros materiais que possam ser reciclados, além de restos de entulho, óleo de cozinha, filmes, embalagens aerossóis, equipamentos eletrônicos, entre outros. De materiais de construção, os locais recebem azulejos, tijolos, areia, desde que respeitado o limite diário de um metro cúbico por pessoa. "Pedaços de madeira e manta térmica não estão na lista de materiais aceitos", pontua.


Como alternativa, o morador pode esperar a Operação Cata-Tranqueira ou então entrar em contato com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos pelo telefone 4798-5116, informar sobre a necessidade de descarte e posteriormente levar o material até a Secretaria.


Fonte:O Diário de Mogi