domingo, 18 de dezembro de 2011

Prefeito volta a exigir mais policiais

MARA FLÔRES

Marco Bertaiolli
O aumento dos índices de violência na Cidade levou o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD) a explicitar ontem, publicamente, o seu descontentamento com a atenção dada pelos comandos das Polícias Civil e Militar para Mogi das Cruzes e a cobrar um maior apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública para as unidades locais no que se refere a uma solução para o déficit de policiais e para o número reduzido de viaturas, que compromete principalmente a atuação da Polícia Civil. O chefe do Executivo afirmou que a falta de policiais está comprometendo a segurança da Cidade, assim como a ausência de mogianos no comando das unidades. Bertaiolli declarou, ainda, que a onda de assaltos no Bairro da Vila Oliveira poderia ser facilmente contornada pelas Polícias Militar e Civil.
"Mogi tem dado a sua contribuição. Agora faltam os comandos da PM e da Civil fazerem a parte deles. Chegou a hora de cobrar tudo o que temos feito pelas polícias e ter a atenção do Governo, do comando, em dois pontos: primeiro é a ausência de policiais que moram na Cidade nas administrações e, a segunda, a questão do número de policiais, militares e civis. No caso da civil, até o número de viaturas está reduzido", criticou o prefeito.
O chefe do Executivo argumentou que esses problemas já são de conhecimento do comando das Polícias e a falta de solução para eles está refletindo diretamente no aumento dos índices de violência da Cidade. A última estatística da Secretaria de Estado de Segurança Pública, referente ao mês de outubro, contabilizou um acréscimo superior a 30% nos casos de roubos, mais de 20% em lesões corporais e de 100% em homicídios.
"A Polícia Militar, depois da saída do tenente-coronel Sales (o coronel Paulo Roberto Madureira Sales), que comandava a PM na Região, teve uma baixa muito grande e o quadro de policiais de Mogi está, em muito, defasado. O coronel Camilo (Álvaro Camilo, comandante da PM no Estado) se comprometeu comigo que até o final do ano esse quadro será completado, mas isso ainda não aconteceu. Portanto, o déficit de policiais está comprometendo a qualidade do serviço da PM", argumentou Bertaiolli.
Não bastasse isso, o prefeito sustenta que a dificuldade em ter policiais de Mogi nas unidades locais agrava ainda mais as condições de trabalho da Polícia Militar e, consequentemente, facilita a ação dos bandidos. Um exemplo disso, são as seguidas ocorrências de roubos registradas no Bairro da Vila Oliveira nos últimos 30 dias.
"A Vila Oliveira está sendo alvo dos bandidos e como é uma ação localizada, entendo que deveria ser muito fácil para a Civil e PM descobrir o que está acontecendo lá porque é uma ação muito localizada", ressaltou Bertaiolli. "Mas a minha preocupação é com a cidade de Mogi inteira. Os números da violência estão crescendo na Cidade inteira e nesse ponto temos feito a nossa parte e falei isso para o coronel Camilo. Mogi é uma das poucas cidades que paga pró-labore aos policiais, tem Atividade Delegada - aliás Mogi é a única cidade que ajuda os policiais na hora de folga a fazer bico oficial -, constrói sede da polícia, paga a reforma e ampliação de delegacias... O problema é o número menor de policiais do que o necessário e a falta de mogianos trabalhando aqui. A maioria dos policiais que está comandando a PM não é de Mogi e, portanto, não está em Mogi nos finais de semana, não vive na Cidade. Os policiais mogianos foram transferidos para outras unidades e aqui foram colocados profissionais de distância. Isso compromete o trabalho porque os policiais acabam não tendo vínculo", justifica o prefeito.
Bertaiolli explicou que as deficiências no setor de segurança pública têm sido discutidas frequentemente com o Governo do Estado e, no caso específico da PM, o déficit de policiais e a ausência de mogianos nos cargos de comando foram os assuntos de três reuniões com a cúpula da corporação só neste semestre, a última delas em novembro. "Nas três ocasiões eles se comprometeram a rever essa falta enorme de policiais até o final do ano, então, tenho que acreditar nisso. Mas a imprensa pode ajudar a lembrar o coronel de que existe um compromisso dele com Mogi. Primeiro, de trazer os policiais de Mogi que estão distantes. Segundo, de cobrir o déficit existente. Precisamos expor publicamente o que está acontecendo com a PM e cobrar que a Cidade seja contemplada com a estrutura que realmente necessita", declarou Bertaiolli.
Valores
Números apurados junto à Prefeitura mostram que a Prefeitura investe R$ 3,7 milhões anuais com as Polícias Militar e Civil. Só com a PM, é R$ 1,9 milhão, mais R$ 250 mil com o Corpo de Bombeiros, que também faz parte da corporação.


Fonte:O Diário de Mogi