domingo, 18 de dezembro de 2011

Erosão provoca desnível de pista

Júlia Guimarães


A erosão subterrânea, de oito metros de profundidade, identificada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) no km 47 da Rodovia Mogi-Dutra, provocou o desnivelamento de um trecho da pista, no sentido Capital. Todo o problema foi causado por uma mina d’água que começou a verter do meio da serra, passando por debaixo das faixas de rolamento da estrada e provocando a movimentação da terra. O afundamento do asfalto foi diagnosticado pelo presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Mogi das Cruzes, Nelson Batalha, que esteve no local na manhã desta sexta-feira a convite de O Diário. O especialista aponta que não é possível afirmar, com certeza, se a estrada corre riscos de desabamento, mas ponderou que o problema precisa ser solucionado em breve para que o período de chuvas não agrave a situação.


A Assessoria de Imprensa do Departamento de Estradas de Rodagem informou que a erosão, que tem profundidade proporcional à altura de um prédio de três pavimentos, foi identificada por meio de inspeções periódicas realizadas pelo órgão em todas as rodovias sob sua jurisdição. O DER iniciou a contenção da água da Mogi-Dutra no dia 21 de junho, mas, apesar de terem se passado quase cinco meses, o órgão parece não ter obtido sucesso. Os funcionários começaram a trabalhar aplicando uma espécie de massa de cimento na erosão para tapar os espaços vazios, enquanto, paralelamente, instalaram tubulações para drenar a mina. Porém, conforme apurado pela reportagem, eles estão tendo dificuldades para solucionar o problema e já começam a estudar outra estratégia.


Informações obtidas extra-oficialmente, na própria obra, pelo engenheiro Nelson Batalha dão conta de que o método inicial não funcionou. Isso porque os funcionários não conseguiram, até o momento, identificar a origem exata da mina, o que impossibilita a instalação correta da drenagem e mantém ativo o processo de erosão no subsolo. "Pelo que podemos observar aqui, essa água não está correndo de forma visível. Ela está vertendo do meio das rochas e isso dificulta muito o trabalho de localização do ponto de onde a água está surgindo. Por este motivo, ao que parece, os funcionários vão adotar outro método. Porém, não sabemos qual é ou se vai funcionar", explicou.


De cima da pista, onde está o canteiro de obras, é possível observar a tubulação que já foi instalada no barranco pelo DER. A grande quantidade de água caindo de dois longos tubos brancos chamou a atenção do presidente da Associação dos Engenheiros. "O volume de água é bastante grande, principalmente considerando-se que está correndo por baixo de uma rodovia. Eu considero que a situação não é simples, especialmente para essa época do ano. Minha preocupação é de que as chuvas poderão aumentar o fluxo, deixando a situação mais grave", ponderou Batalha.


O engenheiro mostrou à reportagem o desnível que a erosão provocou em parte da pista. O pavimento também está cheio de pequenas trincas, o que, segundo Batalha, significa a presença de umidade no solo. Embora não tenha grandes proporções, o afundamento do asfalto é visível e pode ser facilmente percebido por leigos. A Assessoria de Imprensa do DER encaminhou nota à Redação de O Diário em que afirma que, "caso haja necessidade, após as obras será feito o nivelamento da pista". Embora questionado pela reportagem, o órgão não informou se há risco de deslizamento do barranco onde está a pista.


No momento em que a reportagem esteve no local, um caminhão chegou na obra e descarregou grandes tubulações e estacas pretas que, possivelmente, fazem parte da nova estratégia do DER para conter a água. Nelson Batalha explicou que o material é usualmente utilizado para escoramento de obras. "Nesse caso fica difícil dizer como as estacas serão usadas. Não dá para afirmar se será para escoramento da pista porque seria preciso haver uma fundação com vigas de ferro no solo, o que não existe. Risco de deslizamento sempre existe, mas sem que o DER forneça informações mais precisas do que está ocorrendo fica realmente difícil dizer se a pista corre ou não perigo".




Prazo


O engenheiro Nelson Batalha avaliou ontem que as obras no km 47 da Mogi-Dutra não serão encerradas dentro deste mês de dezembro, como prevê o DER. Isso indica que os motoristas ainda terão de ter paciência por um bom tempo para passar no trecho que tem uma faixa interditada. "Não há mais tempo para contenção da drenagem e conserto das pistas", analisou.



Júlia Guimarães




A erosão subterrânea, de oito metros de profundidade, identificada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) no km 47 da Rodovia Mogi-Dutra, provocou o desnivelamento de um trecho da pista, no sentido Capital. Todo o problema foi causado por uma mina d’água que começou a verter do meio da serra, passando por debaixo das faixas de rolamento da estrada e provocando a movimentação da terra. O afundamento do asfalto foi diagnosticado pelo presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Mogi das Cruzes, Nelson Batalha, que esteve no local na manhã desta sexta-feira a convite de O Diário. O especialista aponta que não é possível afirmar, com certeza, se a estrada corre riscos de desabamento, mas ponderou que o problema precisa ser solucionado em breve para que o período de chuvas não agrave a situação.


A Assessoria de Imprensa do Departamento de Estradas de Rodagem informou que a erosão, que tem profundidade proporcional à altura de um prédio de três pavimentos, foi identificada por meio de inspeções periódicas realizadas pelo órgão em todas as rodovias sob sua jurisdição. O DER iniciou a contenção da água da Mogi-Dutra no dia 21 de junho, mas, apesar de terem se passado quase cinco meses, o órgão parece não ter obtido sucesso. Os funcionários começaram a trabalhar aplicando uma espécie de massa de cimento na erosão para tapar os espaços vazios, enquanto, paralelamente, instalaram tubulações para drenar a mina. Porém, conforme apurado pela reportagem, eles estão tendo dificuldades para solucionar o problema e já começam a estudar outra estratégia.


Informações obtidas extra-oficialmente, na própria obra, pelo engenheiro Nelson Batalha dão conta de que o método inicial não funcionou. Isso porque os funcionários não conseguiram, até o momento, identificar a origem exata da mina, o que impossibilita a instalação correta da drenagem e mantém ativo o processo de erosão no subsolo. "Pelo que podemos observar aqui, essa água não está correndo de forma visível. Ela está vertendo do meio das rochas e isso dificulta muito o trabalho de localização do ponto de onde a água está surgindo. Por este motivo, ao que parece, os funcionários vão adotar outro método. Porém, não sabemos qual é ou se vai funcionar", explicou.


De cima da pista, onde está o canteiro de obras, é possível observar a tubulação que já foi instalada no barranco pelo DER. A grande quantidade de água caindo de dois longos tubos brancos chamou a atenção do presidente da Associação dos Engenheiros. "O volume de água é bastante grande, principalmente considerando-se que está correndo por baixo de uma rodovia. Eu considero que a situação não é simples, especialmente para essa época do ano. Minha preocupação é de que as chuvas poderão aumentar o fluxo, deixando a situação mais grave", ponderou Batalha.


O engenheiro mostrou à reportagem o desnível que a erosão provocou em parte da pista. O pavimento também está cheio de pequenas trincas, o que, segundo Batalha, significa a presença de umidade no solo. Embora não tenha grandes proporções, o afundamento do asfalto é visível e pode ser facilmente percebido por leigos. A Assessoria de Imprensa do DER encaminhou nota à Redação de O Diário em que afirma que, "caso haja necessidade, após as obras será feito o nivelamento da pista". Embora questionado pela reportagem, o órgão não informou se há risco de deslizamento do barranco onde está a pista.


No momento em que a reportagem esteve no local, um caminhão chegou na obra e descarregou grandes tubulações e estacas pretas que, possivelmente, fazem parte da nova estratégia do DER para conter a água. Nelson Batalha explicou que o material é usualmente utilizado para escoramento de obras. "Nesse caso fica difícil dizer como as estacas serão usadas. Não dá para afirmar se será para escoramento da pista porque seria preciso haver uma fundação com vigas de ferro no solo, o que não existe. Risco de deslizamento sempre existe, mas sem que o DER forneça informações mais precisas do que está ocorrendo fica realmente difícil dizer se a pista corre ou não perigo".




Prazo


O engenheiro Nelson Batalha avaliou ontem que as obras no km 47 da Mogi-Dutra não serão encerradas dentro deste mês de dezembro, como prevê o DER. Isso indica que os motoristas ainda terão de ter paciência por um bom tempo para passar no trecho que tem uma faixa interditada. "Não há mais tempo para contenção da drenagem e conserto das pistas", analisou.


Fonte:O Diário de Mogi