sábado, 17 de dezembro de 2011

Lei da Palmada Educação em casa precisa mudar

É o que dizem especialistas, que alertam: pais precisam aprender novos métodos para lidar com os filhos
Jamile Santana
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho

Mônica: Assistência às famílias
Com a aprovação da popular Lei da Palmada, que proíbe castigos corporais em crianças e adolescentes, os pais terão de aprender novos métodos para educar os filhos. Isto para evitar que as próximas gerações fiquem sem limites, segundo especialistas. Isto também deve gerar uma preocupação do poder público para oferecer cursos que auxiliem as famílias e trocar a violência pelo diálogo.


A pedagoga Roni Gladys aprova a lei, mas destaca que os pais devem deixar bem claro que os filhos não podem fazer tudo o que querem. "É preciso tomar cuidado para não deixar a educação muito solta, caso contrário teremos as próximas gerações sem limites", destacou.


Para ela, está certo proibir e punir pais que agridem e ofendem os filhos, mas alerta que, culturalmente, a maioria dos pais não sabe educar sem as palmadas. "Era assim que se educava antigamente, agora é preciso que os pais desenvolvam outros métodos para explicar o que é uma relação de respeito e impor a autoridade perante os filhos", destacou.


Para isso, é preciso desenvolver programas que auxiliem as famílias a educar os filhos sem o uso da violência. "Não adianta proibir a palmada, se a maioria dos pais foi criada assim e não possui outra referência. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) já prevê o oferecimento de cursos com este objetivo há 21 anos e agora que a lei foi aprovada, deve haver um reforço do poder público nesta assistência às famílias", explicou a ex-conselheira do Conselho Tutelar de Mogi das Cruzes, Mônica Marques dos Santos.


A nova lei prevê que pais que maltratem os filhos sejam encaminhados a programas de reestruturação familiar, que incluem tratamento psicológico, além de advertência. 
A criança também recebe tratamento especializado. Em Mogi das Cruzes, o Sistema Integrado Mogiano (SIS) possibilita a identificação destas agressões. Se uma criança é atendida em um posto de saúde com hematomas, por exemplo, e o caso é reincidente, os órgãos competentes, como Vara da Infância e do Adolescente, Polícia e Conselho Tutelar, são acionados para investigar o caso.


Fonte:Mogi News