sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Mogi se livra de amianto da Kubota

Júlia Guimarães
Dois anos depois de O Diário ter denunciado a situação de cerca de 1,5 mil tonelada de amianto estocada na área da antiga fábrica de freios Kubota, Mogi das Cruzes pode comemorar. O lixo tóxico, que é cancerígeno e leva à morte em casos de ingestão, permaneceu abandonado durante várias décadas em César de Souza, mas finalmente obteve a destinação correta. A carga perigosa foi enviada ao aterro Resicontrol Soluções Ambientais Ltda., situado no município de Tremembé, na Região do Vale do Paraíba. A conclusão do transporte do material foi constatada pela agência regional da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) durante vistoria realizada no local na semana passada. Agora, o proprietário do terreno terá de apresentar laudos sobre a possível contaminação do subsolo.


A vistoria dos fiscais da Cetesb foi realizada na última quinta-feira. Ontem, o gerente da agência regional de Mogi, Edson Santos, informou a O Diário que ainda não possui um dado oficial sobre a quantidade exata do material tóxico removido da área. Ele explica que esta informação deverá ser comunicada ao órgão em breve pelo aterro de Tremembé, que recebeu e pesou a carga. Por enquanto, a Cetesb tem apenas o valor informado pelo empresário José Leon, proprietário do terreno onde o material estava depositado, que alega ter removido 1,5 mil tonelada do amianto. No fim do mês de julho, durante vistoria do Ministério do Trabalho no local, ele afirmou que investiu cerca de R$ 300 mil no transporte da carga perigosa.


Edson Santos explica que ainda restam, em um dos galpões do imóvel, peças de freio produzidas na antiga Kubota. Ele esclareceu que o material foi feito com fibra de amianto, mas que não está contaminado e não representa risco à saúde. Apesar disso, os produtos também serão removidos em breve. O empresário José Leon já possui autorização da Cetesb para enviar as chamadas "sapatas" para reciclagem na empresa Rodobrás Freios e Embreagens Ltda., no Rio Grande do Sul. O transporte deverá ocorrer durante a primeira quinzena de outubro, quando será feita nova vistoria no imóvel. "Todo o amianto já foi retirado. Este material que sobrou não representa qualquer risco e também será removido, com a devida autorização dos órgãos ambientais do Rio Grande do Sul".


A Assessoria de Imprensa da Cetesb informou ainda que a VM Leon foi autuada para "apresentar um estudo de investigação confirmatória de contaminação do solo e das águas subterrâneas no local onde funcionou as atividades industriais da massa falida Kubota". O órgão esclareceu que a empresa apresentou a documentação e que a mesma está sendo checada. Se as análises derem negativo, o monitoramento deverá ser feito periodicamente por um prazo de dois anos. Se o resultado for positivo, haverá necessidade de uma investigação mais aprofundada para que seja identificada a extensão da contaminação. Posteriormente, a Cetesb deverá traçar um plano de medidas para a remediação.


Fonte:O Diário de Mogi