sábado, 20 de agosto de 2011

Morre filho de Antônio Ermírio


Carlos Ermírio de Moraes, o segundo dos nove filhos do empresário Antônio Ermírio de Moraes, era o mais parecido com o pai, fisicamente e no jeito de se expressar. Unanimidade entre os herdeiros do clã que controla o Grupo Votorantim, foi eleito seis vezes consecutivas presidente do conselho de administração da companhia - cargo que ocupava desde 2001. "Era o homem da estratégia, dos planos de longo prazo, do diálogo", descreveu um amigo da família.


Carlos morreu na noite de quinta-feira, aos 55 anos, vítima de câncer. Estava internado havia três meses no hospital Sírio Libanês em São Paulo, de onde chegou a despachar com os primos e participar de teleconferências. Deixou a mulher, Márcia Regina Recio de Moraes, e dois filhos: Eugênio Ermírio de Moraes, de 24 anos, e Júlia Recio de Moraes, de 21.


O corpo do empresário foi velado ontem pela manhã no salão nobre do hospital Beneficência Portuguesa, entidade financiada pelo Grupo Votorantim e presidida pelo próprio Antônio Ermírio de Moraes.


Aos 84 anos e também com a saúde debilitada, o empresário esteve no velório pela manhã e voltou para casa, onde ficou com a mulher, Maria Regina, com familiares e amigos. Esse é o segundo filho que Antônio Ermírio perde vítima de câncer. Em 2009, aos 51 anos, Mário Ermírio de Moraes também sucumbiu à doença, após um tratamento de dois anos no exterior.


O velório foi restrito à família e amigos, como o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, o presidente do grupo Coteminas, Josué Gomes da Silva, e Carlos Alberto Sicupira, um dos controladores da Anheuser-Busch InBev. O cardeal Dom Cláudio Hummes fez os ritos religiosos antes da cremação.


Sem Carlos, a presidência do conselho de administração passará interinamente para as mãos do primo José Roberto Ermírio de Moraes, que até então ocupava o cargo de vice-presidente.


Desde 2001, quando se consolidou o processo de governança corporativa no Grupo Votorantim, o conselho de administração é composto por oito membros da terceira geração da família - dois representantes de cada um dos quatro filhos do fundador da empresa.


Com atuação de três décadas no Grupo Votorantim, Carlos teve uma trajetória parecida com a do pai e a do avô. Como eles, cursou Engenharia Metalúrgica na Colorado School of Mines (EUA), onde se formou em 1979. Foi diretor de operações da Companhia Níquel Tocantins e da Companhia Brasileira de Alumínio Entre 1990 e 1998, comandou a Companhia Cimento Portland Itaú, subsidiária da Votorantim Cimentos.


O empresário também ocupou o cargo de presidente do Instituto de Metais Não Ferrosos e da Associação Brasileira do Alumínio. Além disso, integrou os conselhos de administração da Alunorte, da Mineração Rio do Norte e da CPFL Energia.


"Ele era uma pessoa trabalhadora, equilibrada e de coração generoso", lembra o sociólogo José Pastore, amigo da família Ermírio de Moraes. "Lembro que, na ocasião da compra da Vale, negócio que a Votorantim não conseguiu concretizar, ele foi o primeiro a dizer ‘bola pra frente’, num momento em que toda a família estava arrasada."


Fonte:O Diário de Mogi