quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Esclarecida execução de policial



REMOÇÃO Messias Gonçalves deverá ser transferido da Cadeia de Mogi para o Centro de Detenção, no Taboão, pela morte de “Rodela”


LAÉRCIO RIBEIRO


O juiz Freddy Lourenço Ruiz Costa, da 1ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, decretou no fim da tarde de ontem a prisão preventiva dos dois acusados do latrocínio (roubo seguido de morte) do agente policial Paulo Riuji Yoshimura, o "Paulo Rodela", de 69 anos. O crime foi cometido na manhã de 11 de junho último, no estacionamento do Banco do Brasil, na Avenida Riciéri José Marcato, em César de Souza.


O delegado titular Benedito Henrique Righi Queiroz, do 3º DP, coordenou as investigações e presidiu o inquérito, que resultaram na prisão de Messias Gonçalves Figueira, de 29 anos, cuja prisão temporária de 30 dias vence amanhã, e de Francisco Henrique Oliveira, de 23 anos. Ele está foragido, mas foi apontado por uma testemunha como o bandido que desferiu um tiro, que atingiu o rosto do policial do Garra. O projétil se alojou no seu pescoço abaixo da nuca e ele morreu depois de três dias no Hospital Luzia de Pinho Melo, no Mogilar.


O pedido de prisão preventiva formalizado pelo delegado Queiroz ocupou 8 páginas, nas quais detalha cada ponto de buscas e provas que incriminam os envolvidos. O inquérito que remeteu à Justiça tem 200 folhas contendo levantamento minucioso do latrocínio de "Paulo Rodela", que teve repercussão nacional.


Aos procedimentos, o titular de César de Souza anexou a filmagem feita por câmeras do Banco do Brasil, que registraram o assalto e o momento em que o agente foi baleado, bem como a fuga dos criminosos.


O delegado Queiroz ainda divulgou a O Diário que os bandidos roubaram a pistola automática, de calibre 45, da Polícia Civil, usada por "Paulo Rodela" e cerca de R$ 3 mil, que ele carregava no bolso procedentes da venda do final de semana da pizzaria de um dos seus nove filhos.


O comerciante Francisco Luiz Pizzi, de 67 anos, proprietário do Supermercado Rimar, levava o malote com R$ 22 mil e foi rendido já quase na entrada da agência bancária. Logo atrás vinha o policial, que notando a ação dos dois assaltantes passou a lutar com um deles, já apontado por três testemunhas como sendo Messias.


Com o malote nas mãos, Francisco Henrique foi ao encontro do comparsa ainda em frente ao Banco do Brasil. Uma das testemunhas relatou que Messias gritou para Francisco: "É policial, é policial...". E, assim, Francisco disparou em "Paulo Rodela".


O assaltante Francisco foi reconhecido por uma testemunha, que o viu guardar a arma e sair correndo. Messias foi preso no mês passado em sua casa, no Distrito de Jundiapeba, por policiais, do Distrito Central, que receberam uma denúncia.


Ele tinha antecedentes por furto, enquanto Francisco já foi condenado pela Justiça e é procurado por praticar roubo a uma padaria em Jundiapeba.


Na operação que desencadeou o esclarecimento do latrocínio o delegado Queiroz disse que foram mobilizados a investigadora chefe Márcia Botelho e a sua equipe, o escrivão chefe Henrique Botelho e os seus escrivães, assim como os policiais dos outros três distritos de Mogi das Cruzes. "Houve colaboração de toda a Polícia Civil da Cidade", ressaltou a autoridade depois de lembrar que Francisco continua sendo procurado. Informações pelo disque denúncia 181 e nem é preciso se identificar.


Apesar de não ser necessário, o delegado Queiroz permitiu a Messias apresentar provas. Ele alegou que no dia do crime trabalhava em uma obra em Mauá. Empregado do sogro, a Polícia descobriu que os seus cartões de pontos no serviço foram adulterados. A jaqueta preta que usou no assalto foi apreendida em sua casa e reconhecida por testemunhas, estava até com um rasgo causado ao enfrentar o agente "Paulinho Rodela". Ele morreu a 25 dias de sua aposentadoria.


Fonte:O Diário de Mogi