sábado, 2 de julho de 2011

Queiroz Galvão

Lideranças divergem sobre saída de diretor
De um lado, movimento contra aterro acha que a cidade ficou livre de vez do empreendimento; de outro, vereador vê estratégia da empreiteira
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Guilherme Bertti

"Não havia mais necessidade de mantê-lo no cargo de diretor" José Arraes, Ambientalista
Integrantes do movimento Aterro Não! e o presidente da Câmara Municipal, Mauro Araújo (PSDB), têm opiniões diferentes sobre a demissão do diretor comercial da Queiroz Galvão, Raul Vasconcellos. Enquanto o grupo ligado à sociedade civil aposta que o episódio demonstra que a construtora finalmente desistiu da empreitada de instalar um aterro sanitário no distrito do Taboão, Araújo avalia que o ato faz parte de uma estratégia para tentar mudar a imagem da empresa no Alto Tietê.


A coluna Contracapa do Mogi News mostrou na edição de ontem que após 15 anos a frente dos trabalhos da empresa em Mogi e região, Vasconcellos havia sido dispensado. Para o ambientalista José Arraes, a atitude revela que "a empresa reconheceu as irregularidades apontadas no estudo e relatório de impacto ambiental (EIARima) e desistiu do projeto". "O aterro seria um presente para o Vasconcellos, que tinha um bom relacionamento com a colônia japonesa e a família Lerário, dona do terreno", opinou. "Como já se passou mais de uma década, a possibilidade de implantação do aterro é quase nula e, por isso, não havia mais necessidade de mantê-lo no cargo", analisou.


"A Queiroz Galvão tem grande interesse na região e o nome vinculado a um lixão instalado contra a vontade da população iria prejudicá-la politicamente em obras como a construção do trecho leste do Rodoanel", frisou Arraes.


Já o presidente da Câmara tem uma avaliação totalmente diferente ao posicionamento do ambientalista. "A cidade precisa ficar ainda mais atenta, porque a atitude demonstra que a construtora tentará ´limpar´ a imagem", destacou. "Ele (Vasconcellos) conduziu de forma equivocada todo o processo e passou a ser o rosto da empresa que gostaria de instalar o aterro à força. A demissão é uma etapa deste processo de mostrar uma postura diferente", disse. 
Araújo acredita que em breve alguém da cidade poderá ser anunciado como novo diretor comercial. "Essas mudanças sempre terão o objetivo de abrir um lixão em Mogi", avaliou o presidente do Legislativo.


A Assessoria de Imprensa da Queiroz Galvão, que funciona no Estado do Rio de Janeiro, foi contatada, mas não respondeu aos questionamentos. Por um e-mail encaminhado na tarde de ontem, a reportagem perguntou quais seriam os motivos que levaram ao desligamento de Vasconcellos; se a atitude foi tomada em decorrência dos fracassos para a instalação do aterro; e, ainda, se um novo diretor já havia sido nomeado. A empresa se resumiu a responder apenas que "prefere não comentar o assunto".




Contra EIARima
Enquanto aguarda os desdobramentos da demissão, a administração municipal acredita que na próxima semana terá informações do contra EIARima elaborado pelo Centro Tecnológico de Controle da Qualidade Falcão Bauer. 
Por meio da Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura, o chefe de Gabinete, Luiz Sérgio Marrano, revelou que a expectativa é que ela divulgue quando apresentará os estudos ou esclareça em qual etapa eles se encontram. Assim que a data de apresentação do documento for divulgada, uma audiência será marcada com os integrantes do movimento Aterro Não! e outras entidades.


Fonte:Mogi News